quarta-feira, 26 de junho de 2013

São Libório

Libório é um nome de origem latina, de caráter gentílico, significando "natural da região de Libora". Há dúvidas sobre a localização exata da primitiva Libora, possivelmente na Península Ibérica. Porém é apontado como santo francês, Bispo de Le Mans (Departamento de Sarthe).

O dia de sua festa era 23 de julho e mais tarde foi alterada para 9 de abril.

Conta-se como muito milagroso. Suas primeiras intercessões teriam acontecido logo após a sua morte, no ano 400, com o corpo ainda presente. Teria realizado profecias e tido grande desprendimento dos bens materiais. É invocado contra todos os males urinários, problemas de bexiga, cálculo renal, cólicas de rins. Em São João del-Rei além de Matosinhos, também possui uma imagem na Igreja do Rosário.

O Papa João Paulo II instituiu o título cardinalício "São Libório" em 21 de fevereiro de 2001.

A oração de São Libório diz: 

(Sinal da Cruz)
 "Bem aventurado S.Libório, rogo-vos a vossa intercessão junto ao Onipotente para que este vosso contrito devoto não seja atormentado dos males de bexiga, cálculos, areia, frouxidão ou retenção de urina. 
Senhor Deus, que Vos dignastes conceder ao Vosso bem aventurado S.Libório o poder de curar os males de bexiga, nós Vos rogamos que pelos méritos do Vosso Santo o Vosso servo (citar o nome) se veja livre dos tormentos que o afligem. 
São Libório curai... (benzer o local doente)
São Libório socorrei ... (benzer o local doente)
São Libório protegei... (benzer o local doente)

Rezar 3 Pai Nosso à Santíssima Trindade. Sinal da Cruz." 


São Libório, imagem do Santuário de Matosinhos. 2013. 
Obra atribuída a Joaquim Francisco de Assis Pereira. 


Referências Bibliográficas

GAIO SOBRINHO, Antônio. Santos Negros Estrangeiros. São João del-Rei, 1997. 153p.il. p.52.
Livro da Cruz de Caravaca da Capa Preta. 3.ed. Rio de Janeiro: Espiritualista, [s.d]. p. 131-132.  

Referências na Web

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cuerva (acesso em 26/06/2013)
http://it.wikipedia.org/wiki/Liborio (acesso em 26/06/2013) 
(acesso em 16/12/2014, 18:06 h)

Notas e Créditos

* Texto: Ulisses Passarelli
** Foto: Iago C.S. Passarelli. 

terça-feira, 11 de junho de 2013

A Oeste de Minas e Matosinhos

Os antigos jornais de São João del-Rei do fim do século XIX e começo do seguinte estão cheios de notícias sobre a Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM). Como ela foi fundamental ao progresso da região,  nada mais natural que chamasse a atenção da imprensa da época e que fosse um elemento social importante.  Neste contexto tudo que envolvia a ferrovia era o centro das atenções.

Em Matosinhos não foi diferente. Sendo o mais próspero e querido subúrbio da cidade, a crescente evolução obrigou ao surgimento da estação própria, mas não sem polêmicas quanto à localização, como se deduz pelo fragmento jornalístico abaixo:


"(...) É assim natural que eu chame de trancendentaes as questões aqui em ordem do dia: a questão do modo de fazer a imprensa suas reclamações e o logar mais conveniente para a futura estação de Mattosinhos.(...) " (O Grypho, n.10, 24/11/1907)

A ferrovia tinha uma imensa demanda a cumprir. Além do movimento normal de passageiros e cargas, em outras ocasiões não cotidianas a sua administração era cobrada pela população, afoita por um apoio, a exemplo da atividade esportiva abaixo citada pelo hebdomadário: 


"Com a Oeste. No último domingo, com a realização do torneio irácio da A.S.E.A. no campo do Athletic, em Matosinhos, foi pedida á estação local uma composição especial para transporte dos que lá desejassem ir, mas isso foi negado... por falta de carros. Nós desejavamos saber onde foram parar os carros só para informar, é claro." (Folha Nova, n.10, 08/05/1932)

E nas atividades festivas tinha a empresa de se desdobrar. Nas pesquisas hemerográficas um grande número de referências se fazem claras e irrefutáveis, no sentido de provar o formidável movimento de composições ferroviárias entre a cidade e Matosinhos, como pode ser lido neste blog (ver o post Transcrições hemerográficas). Em 1917 o expressivo número de 154 trens (ver o post EFOM: algumas glórias do passado) foi registrado paras festas anuais de Pentecostes e da excelência do serviço prestado a nota abaixo nos dá conta: 


"A Oeste brilhou. O serviço de trens durante os festejos de Mattosinhos esteve irreprehensível. Não houve um desastre, um inconveniente, uma reclamação só, que viesse turvar a boa marcha do serviço que foi delineado por mão de quem conhece, a valer, o "metier" do movimento. Ao sr. Pinto da Silva, inspector do Movimento é que o povo deve irreprehensível serviço de trens, durante os dias de festa em Mattosinhos. Cabe também ao Movimento, repartição affecta ao Trafego, as nossas felicitações. Ao sr. Carlos Senna, inspector do 1º Districto que também eficazmente collaborou no serviço de trens, aos srs. conductores, emfim, ao Trafego, apresentamos nossas felicitações pelo exemplar e correcto serviço." (A Nota, n.24, 30/05/1917). 

Porém, mais que tudo isto, denota a grande importância de Matosinhos para o contexto de São João del-Rei, o saber, pelo recorte seguinte, que o grande bairro foi alvo de um planejamento da EFOM, para a instalação de oficinas ferroviárias, chegando-se a adquirir para tanto o terreno antes pertencente à Escola de Laticínios


"As officinas em Mattosinhos. Cessou de vez a grande influencia para a construcção das officinas da Oeste em Mattosinhos, nos grandes terrenos da extincta E.de Laticinios. Foi adquirido o terreno, levantada a planta... e nada mais, tudo como d' antes. Neste interim a officina de Lavras, que demanda grande orçamento, tornou-se na realidade mais real que imaginar se possa. A E.Saboia, empreiteira das obras, alli trabalha activamente, já estando muito adeantadas as obras do edificio, que parece ser de grande vulto. E parece, e o será, muito breve, emquanto que nós... ficaremos a ver navios." (A Nota, n.25, 31/05/1917)

Estas notícias de outrora são reveladoras da importância do bairro-cidade para São João del-Rei e da ferrovia para o contexto da época. Simples notas como as acima selecionadas, pinçadas ao acaso na poeira de um glorioso passado, nos revelam por fim que as pesquisas tem de continuar, qual a ferramenta de um arqueólogo, a nos revelar relíquias de antanho.

Notas e Créditos
* Foto-montagens e texto: Ulisses Passarelli.
** Obs.: nas transcrições foi respeitada a grafia de época.
*** Fonte de consulta hemerográfica: site da Biblioteca Municipal Baptista Caetano de Almeida.  

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Vilão da cidade de Perdões

Foto: Iago C.S. Passarelli, 2013. 

Assista ao novo vídeo da Festa do Divino deste ano, com a participação do congado da foto acima, clicando neste link:

  VILÃO DE PERDÕES .