LOCAL
|
CARACTERÍSTICAS E PERSONAGENS ELEMENTARES
|
Criúva/RS
|
Mastro levantado com banda de música, capitão de
mastro, toque de sino e fogos. Bênção dos tambores e bandeiras antes da saída
das folias do Divino. O bandeireiro da folia é chamado alferes. Tropeiros do
Divino (cavaleiros que recolhem o gado doado). Novena. Jantar. Baile. Missa
Solene. Procissão. Imperador isolado numa figuração triangular formada por
varas (o mais tradicional é a formação quadrangular). Encerramento da festa
com baile, coroação da rainha e investidura das aias.
|
Mostardas/RS
|
Seis rapazes com opas vermelhas acompanham a banda
para levantar mastro. Presença do festeiro, espadim (menino trajado de pajem
e portando cetro) e alferes da bandeira. Novena: noveneira e festeira com
bandeiras. Reuniões dançantes com jantares. Peditório. Dia Maior: missa,
almoço festivo, procissão. O festeiro carrega a coroa e vai dentro de um quadro.
Escolha do novo imperador. Jogos. Bailes.
|
Viamão/RS
|
Presença do imperador menino.
|
Mossâmedes/GO
|
Folias do Divino, encontro das Bandeiras, novenas
nas fazendas, novena na cidade, mastro, fogueira, leilão, missa, procissão,
banda, catira, bailes, imperador, capitão de mastro, alferes da Bandeira.
Reza de terços. Coretos cantados no levantamento do mastro. Rancho alegre
(para os comes-e-bebes e danças). Circos. Tourada. Dramas. Juízes para cada
dia de novena. Fogos. Zeladores de andor. Imperador no quadro de varas.
|
Anhembi/SP
|
Cortejo fluvial embarcado: barracão das canoas,
derrubada das canoas, festeiros da semana, leilão da noite. Mastro fincado
desde o ano anterior. Viajam em irmandade com trajes específicos. Pousos,
rezas, ladainhas, alimentação farta, dança-do-cururu, rojões e trabucos.
Alvorada. Mastros nos pousos. Folia do Divino. Fogueira. Promessas, ritual
dos amortalhados. Hinos a Nossa Senhora, andor de N. S. Aparecida saudado por
folia do Divino, andor de São Benedito. Canto da saranga (cantochão caipira),
revoada de pombos. Missa em honra a Nossa Senhora dos Remédios. Império do
Divino. Coroação de Nossa Senhora. Barracas, tourada, parque de diversões.
Missa. Almoço festivo. Leilão de gado e de prendas com banda presente.
Procissão. Escolha do novo festeiro pelo padre.
|
Parati/RJ
|
Levantamento do mastro na Páscoa: irmandade do
Divino, capitão de mastro, alferes da bandeira, festeiro e festeira,
foguetório, banda, folia do Divino. Império com Insígnias. Dança-das-fitas,
dança-dos-velhos, ciranda, boi-pintadinho, moçambique. Leilões. Missa.
Coroação do imperador.
|
Saquarema/RJ
|
Mesmos padrões gerais. Ritual da Bênção da
Farinha. Festeiro e festeira são chamados juiz e juíza. Há trono e império.
|
Nilópolis, Niterói, Rio de Janeiro/RJ
|
Irmandade particular do Divino Esp. Santo. Império
com insígnias do Divino. Ladainhas, orações, distribuição de carne benta
antecedida de passeata das reses enfeitadas que serão abatidas (vitelo do
Divino), acompanhadas por banda de música. Cantorias ao Divino à moda
portuguesa (desgarrada, tocada com guitarra). Leilão. Distribuição de roscas
para alimentação. Coroação (imperador/imperatriz). Guarda de Honra.
Foguetório. Bandeiras.
|
Mogi das Cruzes/ SP
|
Entrada dos palmitos. Festa começa na Ascenção do
Senhor. Mastro. Comidas típicas. Moçambique e congada. Quermesse. Procissão
com bandeiras do Divino. Alvorada. Gincana: pau-de-sebo, porco ensebado,
corrida do saco, corrida do ovo. Catira. Folia do Divino. Império.
|
São Luís do Paraitinga/SP
|
Comidas típicas. Cavalhada. Danças folclóricas:
moçambique, jongo, dança-das-fitas, folia do Divino, congada, joão paulino e
maria angu. Encontro de bandeiras. Repiques de sinos. Foguetório. Procissão,
missas, bandas de música, setenário, alvoradas, orquestra, bênção do SS.
Sacramento. Império do Divino. Leilão de prendas e de animais. Imperador e
pajens.
|
Rio Grande do Sul
|
Folias em Santo Ângelo, Cachoeira do Sul, São Luís
Gonzaga, Vacaria, Sto. Antônio da Patrulha, São Francisco de Paula, Soledade
(folias do Divino, ditas companhias). Folia benze a casa em dia de
tempestade. Festa com jogos, comidas típicas, procissão, mastro. Porto
Alegre: parque de diversões, barracas de jogos. Outrora foguetório.
Eventualmente, bandas. Farta iluminação. Havia leilão de pombos que depois de
arrematados eram soltos.
|
Santa Catarina
|
Folias em Campeche (Ribeirão da Ilha), Pantanal
(Trindade), Capoeiras (Estreito) – na capital. Em Trindade, é tradição
vender-se bergamotas em pencas como parte dos festejos. Os imperadores são
duas crianças ricamente vestidas (presença de espadins). Folia em Mirim
(Laguna). Bandeira escoteira (isto é, sem tocadores) em Tijucas, com
imperador, que distribui títulos de nobreza: duques, marquesas, condes. Em
Brusque e Blumenau a festa se limita a missa e quermesse.
|
Paraná
|
Folia do Divino em Guaratuba.
|
Brejo do Amparo/ MG
|
Imperador sorteado oferta comes-e-bebes e dá
dinheiro para a festa. Rezas. Leilões. Batizados e casamentos. Ruas são
lavadas, enfeitadas de arcos de bambu e tapetes de flores e folhas.
Cavalhada, inclusive com o ritual dos encamisados.
|
Montes Claros/ MG
|
Festa em conjunto com a de Nossa Senhora Rosário e
São Benedito. Missas. Reinado. Marujada, caboclinhos, catopé, cavalhada.
Almoço coletivo. Distribuição de doces.
|
Cuiabá/MT
|
Cavaleiros fantasiados anunciam a festa.
Cavalgada. Peditório com bandeira e cetro. Folia. Foguetório. Banda de
música. Tourada. Dança do cururu.
|
Porto Estrela/MT
|
Rei, rainha, capitão de mastro, alferes da
bandeira. O juiz é a maior autoridade abaixo do festeiro. Trono. Folia do Divino
montada. Muitos enfeites e comidas tradicionais. Procissão. Danças: de São
Gonçalo, cururu, siriri. Jogo de truco (baralho). Fogueira. No dia seguinte à
festa os foliões tomam um banho no Rio Paraguai.
|
São Mateus/ES
|
Bodo. Folia do Divino. Bênção de pães na missa de
Pentecostes.
|
Nazaré Paulista/ SP
|
Divino co-festejado com Sagrado Coração de Jesus e
São Lázaro. Alvorada. Comidas típicas. Fanfarra, quermesse, leilão de
prendas. Congada, moçambique, caiapó, samba folclórico. Pau de sebo, gincana,
banda, duplas de violeiros. Folia do Divino. Missas. Procissões. Império.
Terço e ladainhas.
|
Lagoinha/SP
|
Folia do Divino, moçambique, joão paulino e maria
angu, congada, danças diversas. Gincana. Casa da festa. Leilão de gado.
Leitão ensebado, corrida do saco. Alvorada.
|
Piracicaba/SP
|
Leilão. Foguetório. Encontro de canoas e
bandeiras. Cateretê, dança do tangará, samba-roda, samba-lenço, batuque,
congada, folia do Divino, cururu, cana verde. Irmãos vestidos como
marinheiros.
|
Laras – Laranjal Paulista/SP
|
Terço, ladainha, cânticos religiosos, encontro das
Bandeiras embarcadas. Foguetório. Mastro. Procissão. Leilão. Barracas.
Rodeio. Capitão de mastro, alferes da bandeira.
|
Tietê/SP [18]
|
Encontro das canoas. Cururu, folia do Divino.
Apresentações artísticas. Banda. Foguetório. Procissão. Irmandade do Divino.
Alvorada. Revoada de pombos.
|
Pirenópolis/GO
|
Alvorada da novena com a banda de couro (conjunto
de tambores). Banda. Sinos. Missa e procissões. Mastro e fogueira. Mordomo da
fogueira, da bandeira e do mastro. Imperador. Cavalhada. Congo, folias do
Divino, pastorinhas, tapuios, vilão. Juizado de São Benedito e reinado de
Nossa Senhora do Rosário (comemorada junto). Rei e rainha do Rosário, de S.
Benedito, juízes de vara, ramalhete, cordão, flores (1º a 3º graus).
|
Goiás/GO
|
Folia. Novena solene. Imperador, alferes da
bandeira, capitão de mastro. Serenata do Divino. Visita musical ao imperador.
Mastro. Banda. Congos, tapuios. Alvorada com banda e missa festiva. Imperador
escoltado com banda. Distribui-se santinhos e estampas. Fogos. Comes e bebes.
Procissão luminosa.
|
Alcântara/MA
|
Caixeiras do Divino. Mastro. Doçaria típica (doces
de espécie). Mordomos. Visitas musicais ao imperador.
|
São Paulo/SP
|
Folias do Divino. Império: barracas, pau de sebo,
leilões, baile, ceia, desafios de violeiros, fogueiras.
|
Carazinho/RS
|
Imperador e pagens tem trono decorado na igreja. A
insígnia que o imperador guarda durante o ano vem processionalmente para a
igreja na abertura da novena e aí fica durante seu transcurso. Ao fim da
festa, a insígnia é levada para a casa do novo imperador, em procissão, onde
rezam no tempo certo um terço. Um almoço de confraternização finaliza.
|
![]() |
Mastro do Divino, Vera Cruz-RN, 26/11/1997. |
ARAÚJO, Alceu Maynard. Folclore Nacional. São Paulo: Melhoramentos, 1964.
BRAGA, Rubem. A Festa das Canoas em Marataízes. Revista do Arquivo Municipal. São Paulo: Departamento de Cultura, 1940, n. 68.
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, [s.d.].
DUARTE, Maria da Glória de Freitas. Vila Velha de Outrora. Vitória, [s.n.], 1980.
FIGUEIREDO, Napoleão, SILVA, A. Vergolino e. Festa de Santo e Encantado. Belém: [s.n.], 1972.
FRADE, Cáscia. Folclore Brasileiro: Rio de Janeiro. RJ: MEC / FUNARTE / CDFB, 1979. p. 59
FRADE, Cáscia. Salve o Divino! In: PELLEGRINI FILHO, Américo. Antologia do Folclore Brasileiro. São Paulo: EDART, 1982.
HAUG, Martha Johanna. Folclore em Chapada dos Guimarães, MT. São Paulo: Escola de Folclore, 1982.
IGA. Atlas de festas populares do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte: IGA, 1998.
LACERDA, Regina. Folclore Brasileiro: Goiás. Rio de Janeiro: MEC / FUNARTE / INF, 1977.
LIMA, Rossini Tavares de. Folclore de São Paulo: melodia e ritmo. 2. ed. São Paulo: Ricordi, 1959.
MARQUES, Lilian Argentina Braga et all. Rio Grande do Sul: aspectos do folclore. 3. ed. Porto Alegre: Martins, 1995.
MARTINS, Saul [Alves]. Folclore Brasileiro: Minas Gerais. Rio de Janeiro: MEC / FUNARTE / INF, 1981.
MELCHIORS, Yone Soneghet. Aspectos do Folclore Vianense. Vitória: Escola Técnica Federal, 1962.
MENDONÇA, Rubens de. Roteiro histórico & sentimental da Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá. 3. ed. Cuiabá: Igrejinha, 1977.
NEVES, Guilherme Santos. Festa das Canoas, Folia do Divino e o Rosário de Maria. Folclore. Vitória: Comissão Espírito-santense de Folclore, n. 22-23, jan-abr / 1953.
OLIVEIRA, Manuel Antônio de. A Festa do Divino na Barra de São Mateus. Folclore. Vitória: Comissão Espírito Santense de Folclore, 1949-50, n. 2-3.
OLIVEIRA, Noé Mendes de. Folclore Brasileiro: Piauí. Rio de Janeiro: MEC / FUNARTE / INF, 1977.
PACHECO, Renato José Costa. Marataízes, os Maratimbas e a Festa das Canoas. Folclore: Vitória: Comissão Espírito-santense de Folclore, n. 16-17, jan./abr. 1952.
PASSARELLI, Ulisses. Construção da capela e a primeira festa. Matosinhos: história e festas, 15 dez. 2012. Disponível em: https://festadodivinosjdr.blogspot.com/2012/12/a-construcao-da-capela-e-primeira-festa.html Acesso em 23 jun. 2025.
PAULA, Hermes de. Montes Claros: sua história, sua gente e seus costumes. Rio de Janeiro: [s.n.], 1957.
PELLEGRINI FILHO, Américo. Folclore Paulista: calendário & documentário. 2. ed. São Paulo: Cortez / Secretaria de Cultura, 1985.
PEREIRA, Niomar de Souza. Cavalhadas no Brasil. São Paulo: Escola de Folclore, 1984.
PEREIRA, Nunes. O Sairé e o Marabaixo. [s.l.; s.n.]. 1951.
QUERINO, Manuel. A Bahia de outrora. Salvador: Progresso, 1955.
RODERJAN, Rosely Vellozo. Folclore Brasileiro: Paraná. Rio de Janeiro: MEC / FUNARTE / INF, 1981.
SOARES, Doralécio. Folclore Brasileiro: Santa Catarina. Rio de Janeiro: MEC / FUNARTE / INF, 1979.
VIANNA, Hildegardes. Folclore Brasileiro: Bahia. Rio de Janeiro: MEC / FUNARTE / INF, 1981.
- Texto e fotografia: Ulisses Passarelli.
Nenhum comentário:
Postar um comentário