Compilações de textos jornalísticos publicados em São João del-Rei
Organização e pesquisa Ulisses Passarelli
Festividade Religiosa - Arauto de Minas, n. 11, 19/05/1877
Mathosinhos - Arauto de Minas, n. 11, 19/05/1877
Festejo ao Sr. Bom Jesus de Mathosinhos - segunda
feira - 21 de maio. Missa resada. Te Deum
á tarde, pregando o illustrado orador Monsenhor Dr. Luiz Pereira Gonçalvez de
Araujo. Á noite a sociedade musical dirigida pelo professor Carlos José Alves
executará várias peças do seu repertorio, havendo illuminação em frente á
capella e sendo queimado um lindo fogo de vistas pelo exímio fogueteiro snr.
Martinho Barros. Festejo a Nossa Senhora da Conceição da Lapa - terça feira -
22 de maio. Missa cantada e o mais como no dia anterior. S. João d’El-Rei, 18
de Maio de 1877 - os Procuradores Emerenciano Ferreira Fioravanti e Basilio
Xavier de Andrade
Arauto de Minas, n.11, 19/05/1877
Foto: Ulisses Passarelli
A Festa de
Mathosinhos - Arauto de Minas, n.
11, l9/05/1877
Como é belo e festivo o Arraial de Mathosinhos! ...
Situado á margem esquerda do Rio das Mortes, com seus verdes pomares coroados
de copados arvoredos de doirados fructos, parece a risonha donzella sentada à
beira do riacho, madeixas soltas ao vento, e labios entreabertos, d’onde se
exhala perfumado halito. No espaçoso largo se ergue a poetica igreja do Senhor
Bom Jesus de Mathosinhos, cuja imagem veneranda impõe á multidão de devotos
romeiros o respeito e devoção com que se destingue tanto o bom povo São
Joanense. Em frente á Igreja se eleva o symbolico Cruzeiro, magestoso
estandarte da redempção, como guarda avançado do Santuario, onde o Cantico dos
Levitas, acompanhado de melodiosos accordes, celebra na Paschoa do Espirito
Santo a descida do Paráclito. Mas, que multidão alegre e folgasan é esta, que
se crusa pressurosa na pitoresca estrada, que segue da Cidade para Mathosinhos,
durante os tres dias consagrados ás festas do Espirito Santo? Aqui vê-se um
risonho grupo de formosas jovens, sobresahindo cada qual nos elegantes e
primorosos trajes, bellas, poeticas, encantadoras, como sóem ser as filhas
mimosas da terra da Santa Cruz. Acolá ruidoso circulo de jovens mancebos, que a
porfia mendigam um d’aquelles ternos olhares, que penetrão no coração, como
balsamo celeste, fasendo esquecer por momentos os dissabores da terra.
Olhares ternos fagueiros
Mensageiros de paixão
Chegão ferventes ao peito
Penetrão no coração.
Mais adiante a multidão de pandegos invade os
botequins e pitorescas barraquinhas, formadas de ponteagudas folhas de verde
pita, e na gastronomica apreciação de bella posta de lombo, ou tostada
costelleta de leitão, regadas do roixo licor, ou da branquinha brasileira,
concorre á seu modo para os festejos. Mas, lá repicão os sinos: começa a
festividade religiosa. Do coro da Igreja partem melodiosos accordes, sobe a
tribuna sacra o levita e sua palavra authorisada e eloquente traz como que
suspensos os numerosos ouvintes. Termina-se a festa de dia com solemne Te-Deum Laudamus. É noite. O pitoresco
largo illuminado caprichosa e fantasticamente se enche da multidão, que, aos
sons de escolhidas peças musicaes executadas no coreto erguido junto à Igreja,
assiste ao fogo de artifício queimado em honra ao Divino Espirito Santo.
Algumas cabeças exaltadas por copiosas libações, começão á produsir chistosas
provocações ao fogueteiro, adubadas de vaias e gritos dos moleques, fregueses
infalliveis em toda parte. Terminado o fogo, lá se promove uma partida
familiar, em que as mimosas cinturinhas das bellas em rapidos volteios de uma
Walsa ou Polka, deixão ver quanto são elegantes corpinhos, que sobre ellas
assentam. Alem, n’aquella casinha se reune uma sucia folgasan, que ao som de
requebrada viola, e cadente sapateado, mostra que nunca são esquecidas as
danças nacionaes nos folguedos do povo. E assim passa-se o restante da noite
até quando o sol nascente, espancando as trevas, chama a todos á realidade da
vida, e cada qual á seus affaseres. Como é bella a festa de Mathosinhos!
E depois ah! que saudades
Esta festa nos deixou!
Dita foi, repetem todos,
que pouco tempo durou.
F.E.M.M. [1]
Mattosinhos - Arauto de Minas, n. 12, 26/05/1877
As festividades do Senhor Bom Jesus de Mattosinhos e
de Nossa Senhora da Lapa foram interrompidas pelas copiosas chuvas que cahiram
nos dias destinados para estes festejos, sendo transferidos e effectuados nos
dias 24 e 25 do corrente.
Festa do
Espirito Santo - Arauto de Minas, n. 13, 08/06/1878
No Arraial de Mathosinhos se celebrão nos dias 9, 10
e 11 do corrente as festividades do Divino Espirito Santo, do Senhor Bom Jesus
de Mathosinhos e Nossa Senhora da Conceição da Lapa.
Festa do
Divino Espirito Santo em Mathosinhos - Arauto de Minas, n. 13, 08/06/1878
Sabbado (8 de junho): serão repartidas no Largo do
Carmo, ao meio dia, esmolas aos pobres, promovidas pelo Procurador Manoel
Rodrigues Moreira. Á noite a banda de muzica do intelligente maestro Martiniano
Ribeiro Bastos percorrendo as principaes ruas da Cidade irá terminar a grande
serenata no Arraial de Mathosinhos.
Domingo
(9 de junho) Ás 10 horas e meia se celebrará na Capella de Mathosinhos MISSA
CANTADA, repartindo-se os pães bentos e veronicas do Espirito Santo. Se effectuará
á tarde a eleição dos novos mesários por meio de sorteio, seguindo-se sermão
pelo distincto orador Dr. Luiz Pereira Gonçalvez de Araújo, depois do qual será
cantado Te-Deum. Á noite será
queimado um bem ordenado fogo de vistas pelo habil fogueteiro snr. Martinho de
Barros, executando a banda de musica as mais escolhidas peças. São João
d’El-Rei, 1 de Junho de 1878 - O Procurador da Festa -Domingos Augusto da
Assumpção [2]
Festejo do
Divino Espirito Santo - Arauto de Minas, n. 9,
04/05/1879
O Exmo. Sr. Barão do Carandahy [3]
mandou entregar ao Sr. Francisco Tiburcio Dias Carneiro, Procurador da
festividade do Espirito Santo, em Mathosinhos, a quantia de 400$000 com que
entra para o respectivo festejo, na qualidade de Imperador.
Festa do
Espirito Santo - Arauto de Minas, n. 11, 23/05/1880
Esta festa que de costume é celebrada em Mathosinhos
foi adiada para 18, 19 e 20 do mez de Julho. [4]
Programma da
Festa do Espirito Santo - Arauto de Minas, n. 18, 15/07/1880
17 de Julho. Ao meio dia serão repartidas esmolas
aos pobres, e á noite haverá passeata de musica que percorrerá as ruas desta
cidade e o Arraial de Mathosinhos.
Dia 18. Haverá missa ás 6 horas na Capella de
Mathosinhos por tenção das pessoas que concorrerão com esmolas para os pobres;
ás 11 horas depois da homilia do Rvd. Parocho entrará a Missa Solemne e
distribuir-se-ha pelo povo veronicas e pães bentos. Ás 4 horas terá lugar o
sorteio do novo Imperador e mais mezarios, seguindo-se sermão que será pregado
pelo Revdm. Vigario Antonio José da Costa Machado e Te-Deum. Ao anoitecer haverá visitação na Egreja e no largo fogo de
artificio preparado pelo habil artista Martinho Jose de Barros Lima, executando
nessa occasião a banda de musica, regida pelo distincto professor Martiniano
Ribeiro Bastos lindas e variadas peças em corêto brilhantemente illuminado e
armado na porta da Egreja. O Procurador da Festa - Paulo Augusto de Magalhães.
Ao Bom Jesus de Mathosinhos e Nossa Senhora da
Conceição da Lapa - Dia 19 e 20. Haverá missa resada, sermão á tarde pelo
Revdm. Vigário Costa Machado e Te-Deum,
á noute algum fogo, bem como no mesmo coreto ainda ornado e illuminado nos fará
ouvir fortes e bellos sons harmoniosa banda dirigida pelo distinsto e
intelligente professor Carlos José Alves.
Festa de
Mattosinhos - Arauto de Minas, n. 11, 21/05/1881
Se celebrarão na epocha propria os festejos do
Espirito Santo com a pompa do costume, começando no dia 5 do mez de Junho
proximo.
(Nota s/
título) - Arauto de Minas, n. 11, 21/05/1881
Jerônimo Pereira Leite de
Carvalho Bastos previne os seus amigos que durante os dias de festa em
Mattosinhos tem botequim e hotel, para o que espera a concurrencia dos seus
amigos.
Festa do
Espirito Santo - Arauto de Minas, n. 13, 04/06/1881
Sabbado (4 do corrente). Á noute percorrerá as ruas
desta cidade a banda de musica do professor Martiniano Ribeiro Bastos,
terminando a passeiata no Arraial de Mathosinhos.
Domingo. Missa cantada com destribuição de pães
bentos, sorteio dos novos mesarios á tarde, em seguida Te-Deum. Á noute se queimarão fogos artificiaes, tocando a musica
variadas peças em coreto, havendo caprichosa illuminação.
Segunda Feira - Festa do senhor Bom Jesus. Missa com
musica, destribuindo-se veronicas bentas á tarde Te Deum e sermão pelo Juiz da Festa Revdm. dr. Joaquim M. da Rocha
Pinto. Á noute a banda de musica regida pelo professor Carlos José Alves
executará no coreto escolhidas peças, queimando-se fogos de cores.
Terça Feira - Festa de Nossa Senhora da Conceição da
Lapa. Missa com musica, distribuição de veronicas bentas. Te Deum á tarde. Á noute fogos, esplendida illuminação e musica no
coreto, regendo a orchestra o professor Carlos J. Alves.
Os Procuradores: Francisco de Souza Pereira /
Bernardo José Carneiro / Manoel Ancelmo A. de Oliveira
Festa
Religiosa - Arauto de Minas, n. 13, ano 5, 04/06/1881
Amanhã no poetico arraial de Mattosinhos começam os
festejos do Divino Espirito Santo, havendo como de costume trez dias de festas.
Festa de Mattozinhos – Tribuna do Povo, n. 5, 18/05/1882
Nos dias 28, 29 e 30 do corrente mez celebrar-se-ha,
como é de costume, a grande festa do Senhor de Mattosinhos (sic). Os devotos
dessa festa, concorrem pressurosos para o seu brilhantismo, esperando que a
popularidade da boa e religiosa cidade de S. João d’El-Rei, ainda esta vez, frequente
aquele arraial.
Festa do
Divino Espirito Santo em Mattosinhos - O Arauto de
Minas, n.
4, 20/05/1882
Sabbado - 27 de maio. A noite a banda do
intelligente maestro Martiniano Ribeiro Bastos, percorrendo as principaes ruas
da cidade irá terminar a grande serenata no Arraial de Mattosinhos.
Domingo. As 10 horas e meia se celebrará na capella
de Mattosinhos missa cantada, repartindo-se pães bentos e veronicas do Espirito
Santo. A tarde se effectuará a eleição dos novos mezarios por sorteio,
seguindo-se sermão pelo distincto pregador Conego Machado, depois do qual será
cantado o Te Deum. Á noite serão
queimadas diversas peças de fogos de vistas, pelo habil fogueteiro sr. Martinho
Barros, executando a banda de musica no coreto postado ao lado da Egreja as mais
lindas peças.
S. João d’El-Rey, 15 de Maio de 1882 - O Procurador
da Festa - Francisco Honorio de Oliveira
Festa de
Mattosinhos - Arauto de Minas, n. 5, 27/05/1882
Nos
dias 28, 29 e 30 do corrente celebram-se como de costume, no poetico arraial de
Mattosinhos as legendarias festas do Divino Espirito Santo, Senhor Bom Jesus e
Nossa Senhora da Lapa. Consta-nos que haverá trem para aquelle arrebalde a 200
rs. por cada passageiro [5].
Mattosinhos – Tribuna do Povo, n. 6, 16/06/1882
Correu com todo brilhantismo a festa nos tres dias
em Mattozinhos (sic). Não podemos deixar de tecer um elogio á banda de musica
dirigida pelo sr. Carlos José Alves, que, tocando diversas peças importantes,
muito satisfez á multidão que lá se achava.Tocando ultimamente a polka – O Jongo dos Noivos – foi applaudida por
estrepitosos vivas e palmas.
Festa de
Mattosinhos - Arauto de Minas, n. 2, 17/05/1883
A tradicional Festa do Divino esteve este anno
animada e muito concorrida. Foram cinco dias cheos! Não faltaram as ronqueiras,
fogos de vistas, botequins em larga escala, jogos variados e a dança de velhos.
Muitos suspiram hoje saudosos dos dias que se passaram e batendo nos bolços não
ouvem o tirlim-titim dos cobres que se foram...
Leilão de
Prendas - Luzeiro, n. 19, 08/03/1884
Domingo, 9 do corrente, a noite haverá leilão em frente á
igreja matriz [6],
para adjuctorio das despezas da festa de Mattosinhos. A Commissão pede o
concurso das pessoas com algumas prendas e que as remetam ao thesoureiro, sr.
Herculano de Assis Carvalho.
Festa de Mattosinhos – Gazeta Mineira, n. 29,
16/06/1884
As festas que animadamente se celebrão todos os annos em
Mattosinhos, por occasião do Espirito Santo, forão, este anno augmentadas de um
divertimento, novo para a maxima parte dos habitantes deste lugar [7]:
queremos fallar das cavalhadas. São estas uma recordação ou imitação dos velhos
combates entre mouros e christãos. Para isso foi nivelada a bella e extensa
praça que enfrenta a capella do Senhor Bom Jesus, e construida em circulo uma
imensa ordem de palanques altos, vistosamente ornados e destinados a certa
parte dos assistentes, ficando reservado para o povo todo o espaço por baixo
desses palanques. Durante quatro dias, a
começar de Domingo, oito cavalleiros mouros e sete christãos, vindos dos lados
do Rio Novo e do Pomba, caprichosamente vestidos e montando lindos cavallos
ricamente ajaezados, proporcionarão um lindo passatempo á enorme multidão que
correu pressurosa a gozar de um divertimento, que, desde muitos annos, não se
via nesta cidade ou em suas circumvisinhanças. Um rei mouro occupava, soberbo,
bonito palanque, que lhe servia de throno, tendo ao lado uma interessante
princezinha vestida com todo o gosto e esplendor; e garbosos cavalleiros
executarão variados combates e torneios que começando ás trez horas da tarde,
prolongavão-se até as seis. A ultima hora era destinada ao tiramento das
argolinhas, que offerecidas a alguns dos assistentes provocavão da parte destes
as retribuição por meio de prendas. De alguns palanques forão offerecidas aos
cavalleiros importantes prendas, consistindo em ricas peças de setim, algumas
com inscripções douradas, em almofadinhas de seda, em lindos ramos de flores
artificiaes, etc. A verdade é que a festa profana suffocou a propriamente
religiosa, que este anno, mais que nos passados, passou quasi desapercebida. A
digna commissão que tomou aos hombros a realisação desse novo divertimento
merece muitos elogios, destacando poderosamente, d’entre seus membros, o sr.
Herculano de Carvalho que foi de uma actividade e de um empenho sem iguaes.
Exceptuada a desordem de que damos nocticia em outro lugar [8],
não houve durante a longa e concorrida festa a minima alteração da ordem
publica, o que muito honra a indole pacifica e ordeira de nossos conterraneos.
Soirée – Gazeta Mineira, n. 29, 16/06/1884
Os nossos amigos srs. Drs. Galdino das Neves Sobrinho e
Juvenal das Neves offerecêrão, no dia 7 do corrente, em caza de seu mano, o sr.
Capitão José Juvencio, um jantar e uma soirée
a alguns dos cavalleiros, corredores de cavalhadas, que ficarão nesta cidade
até esse dia.
(Nota s/ título) - Arauto de Minas, n. 8,
17 /05/1884
Em Mathosinhos no Botequim “Recreio das Famílias”
encontrarão as Exmas. Famílias comodos proprios e decentes onde se servirá com
prontidão, aceio e preços razoaveis - jantares, almoços, ceias, cafés,
sequilhos, comidas frias, vinhos, finos licores, doces de todas as qualidades.
Festa do
Espirito Santo - Arauto de Minas, n. 8, 17/05/1884
Promettem ser esplendorosos os legendarios festejos
do Espirito Santo, no poetico e ameno arraial de Mathosinhos, suburbio desta
Cidade. Os festeiros preparam para este anno, nos dias 1, 2 e 3 de Junho,
grande função. Alem dos actos religiosos, as festas profanas tem de attrahir um
sem numero de romeiros e devotos que da redondesa e de longe correrão ao
visinho arraial, onde as casas tem subido a 100$000 de alluguel somente por
trez dias. Alem de cavalhadas, para cujo torneio vem distinctos fazendeiros do
Rio Novo, com soberbos corseis, teremos danças á phantasia e espectaculos pela
companhia do afamado artista bazileiro Manoel Pery. Os nossos estimados amigos
srs. José Antônio de Almeida e Manoel Anselmo Alves d’Oliveira, desejando
proporcionar facil e commodo meio de locomoção para Mathosinhos acabam de
contratar com a C.E. de Ferro d’Oeste um trem, que durante os dias de festa, se
porá á disposição do publico pelo modico preço de 300 rs. em 1ª Classe e 200 rs. em segunda, ida e volta [9].
Festa do
Espirito Santo - Cavalhadas em Mathosinhos - Arauto de
Minas, n.
8, 17/05/1884
Uma esplendida festa se prepara para ter lugar nos
dias 1, 2 e 3 de junho p.f. Alem das festas do costume será abrilhantada com
cavalhadas para as quaes se prestão distinctos cavalheiros do Rio Novo, sendo o
seguinte: Domingo, 1º de Junho haverá Missa Cantada com sermão ao Evangelho, á
tarde cavalhadas e a noute Te Deum
sermão, fogos de artificio e coreto de musica. No dia 2, missa cantada, a tarde
cavalhadas, Te-Deum sermão, á noute
fogos e musica. No dia 3, Missa solemne, á tarde cavalhadas, depois Te-Deum, sermào, fogos e musica, etc.
Alem destes festejos contamos com os trabalhos da bem conhecida e bella
companhia equestre do afamado Pery.
Cavalhadas - Arauto de Minas, n. 10, 14/06/1884
Nos dias 1, 2, 3, e 4 de Junho se realisaram, no
pittoresco arraial de Mattosinhos, arrabalde desta Cidade os festejos em honra
ao Divino Espirito Santo. Durante todos esses dias os trens da Oeste não
cessavam dia e noite de transportar concurrentes á festa que esteve realmente
boa. Para mais de 5 mil pessoas durante esses dias atufava a praça e as
poeticas chacaras do risonho povoado. Illustres fazendeiros do Rio Novo vieram
obsequiosamente dar esplendor a festa representando os antigos combates entre
Mouros e Christãos. Os palanques formando amphitheatro, ornado de gualhardetes
e bandeiras, estofos de variegadas côres, estavam cheios de gente. As corridas
se realisaram de modo a enthusiasmar os illustres lidadores, montados em
soberbos corseis, manejando a lança, a espada ou o trabuco. O soar das bandas
de musica, unido ao troar dos fogos, vinha tambem concorrer para excitar o
enthusiasmo do povo, que não se cansou em applaudir aos cavalheiros e
obsequia-los. Deixam as cavalhadas uma epocha gravada, provocando sempre
saudades.
Mattosinhos - Festa do Espirito Santo - Arauto de Minas, n. 10, 17/05/1885
No sabado, 23 do corrente ao meio dia, será
distribuido em casa do Sr. Francisco Carneiro, carne aos pobres. Á noite a
banda de musica Lyra S. Joannense, sob a direcção do sr. Luiz Baptista Lopes [10],
percorrerá as ruas desta Cidade e o arraial de Mattosinhos. Domingo haverá
Missa solemne ás 11 horas, distribuindo-se Pão Bento e veronicas. Ás 4 horas da
tarde se procederá ao sorteio de novos mezarios. Seguir-se-á sermão pelo Revdm.
Conego Vigario Francisco de Paula da Rocha Nunam terminando com Te-Deum [11].
Á noite queimar-se-á um lindo fogo de artifício tocando musica no coreto á
porta da Egreja escolhidas peças e illuminação a giorno.
Festa do Senhor Bom Jesus.
Segunda Feira, 25 de Maio, celebrar-se-á Missa rezada com musica as 10 e meia
horas, Te Deum á tarde. Á noite o
mesmo que no precedente.
Festa
de Nossa Senhora da Lapa. Terça Feira, 26 de Maio haverá as 10 e meia horas
Missa com musica e Te Deum á tarde,
pregando o Revdm. Mestre Joaquim Ignacio Vianna. Á noite o mesmo que nos
precedentes.
S.João
del-Rei, 17 de Maio de 1885 - Os Procuradores: João das Neves Silva Rios,
Joaquim da Cruz Silva Rios e Francisco Tiburcio Dias Carneiro
Mattosinhos - Arauto de Minas, n. 11, 23/05/1885
Amanhã celebra-se na Egreja de Mattosinhos a festa
do Divino Espirito Santo como é de costume anualmente. Na segunda e
terça-feiras se effectuarão na mesma capella as festas de Senhor Bom Jesus de
Mattosinhos e Nossa Senhora da Conceição da Lapa.
Festas de
Mattosinhos - Arauto de Minas, n. 12, 01/06/1885
Realisaram-se as legendarias festas de Mattosinhos
este ano com grande concorrencia de povo, todavia não tanto como nos
anteriores. Durante quatro dias, desde o Domingo de Espirito Santo até
quarta-feira, os trens da Oeste despejaram sobre o festivo arrabalde lufadas de
povo. Não tivemos as celebres Cavalhadas, Danças de Velhos, Touradas, Danças de
Fitas que em taes festejos entretem e chama a concurrencia de povo, em
compensação não faltaram os festins familiares, boa musica a deliciar os
visitantes, illuminação a giorno e
diversões de que ficaram gratas recordações.
Festas de
Mattozinhos - Arauto de Minas, n. 7, 14/05/1886
Celebram-se este anno com a mesma solemnidade e
gosto do costume as festas do Espirito Santo no poetico arraial de Mattozinhos.
Já se observa o movimento de transladação de diversas famílias que, nas
vesperas desta romaria passam a residir no pitoresco arrabalde, que
transforma-se nesta ocasião em um verdadeiro
bois de Bologue da sociedade são joanense.
Festa de
Mattosinhos - Arauto de Minas, n. 10, 15/05/1887
Como de costume se realisarão no corrente anno, nos
dias 29, 30 e 31 do presente mez as festas do Espirito Santo no pitoresco
arraial de Mathosinhos, arrabalde desta cidade.
Para festa – A Pátria Mineira, n. 3, 30/05/1889
Em casa de Gustavo Campos & C. chegou um
variadissimo sortimento de chapéos para senhoras, para homens e meninos, luvas
de varios preços, fazendas das mais modernas, chapéos de sol, etc. Rua do
Commercio. São João d’El-Rey.
Festas de
Mattosinhos - A Pátria Mineira, n. 55, 29/05/1890
Realisaram-se no domingo, segunda e terça desta
semana as festas de Mattosinhos. Estiveram attrahentes como nos annos
anteriores e concorridas por quasi todas as familias da cidade. A musica, os
fogos, a illuminação, os actos religiosos corresponderam em tudo á espectativa
dos romeiros e das graciosas romeiras. Deram bom motivo ao passeio de dois
kilometros que os consecutivos trens da Oeste tornaram facil áquelles que o não
quizeram emprehender servindo-se da propria locomoção. Applaudimos aos
festeiros deste anno e esperamos que os novos hão de se desempenhar no anno
vindouro com dobrado esplendor. Desde já nos preparamos para também
applaudí-los [12].
Roleta - A Pátria Mineira, n. 55, 29/05/1890
Esteve em pleno reinado a roleta durante os tres
dias de festas que se realisaram em Mattosinhos suburbio desta cidade.
Dizem-nos que a policia está no velho habito de tolerar esse e outros jogos de
parada em taes dias. Nós, porém, não admittimos dias santos para os vicios,
(...) Tratemos de dar combate aos maus habitos, por mais velhos que elles
sejam.
(Nota s/
título) - A Pátria Mineira, n. 105, 14/05/1891
Realisam-se na proxima semana os festejos de
Mattosinhos. A festa, ao que nos consta, será celebrada com a pompa e
solemnidade dos annos anteriores.
(Nota s/
título) - A Pátria Mineira, n. 106, 21/05/1891
Realisaram-se as festas de Mattosinhos que começaram
domingo e terminaram hontem quarta-feira. Foram, este anno, extraordinariamente
concorridas e estiveram como sempre attrahentes.
Festas de
Mathosinhos - Gazeta Mineira, n. 347, 10/06/1891
Para mezarios destas festas que se realizarão pelo
Pentecostes de 1892, foram eleitos os seguintes srs: Do Divino Espirito Santo
Imperador
- Dr. Aureliano Mourão
Imperatriz
- D. Emilia Rosa da Rocha
Caudatario
- Augusto Frederico Muller
Pagem
do Estoque - Carlos José da Cunha
Procurador
da Festa - Antônio Augusto Campos da Cunha
Procurador
dos Pobres - Aureliano Herculano da Silva
Alferes
da Bandeira - Carlos Alberto da Cunha
Mordomo
da Capella - Christiano Augusto de Castro e Silva
Mordomos
Ajudantes – Francisco Silva de Medeiros Simas, Guilherme Moreira Coelho, Carlos
Muller Sobrinho, Henrique Ribeiro da Silva Castro, João Baptista Soares Osorio,
José Isidro Teixeira, Domingos Pinto Monteiro, João Baptista Gonzaga
Do
Bom Jesus de Matosinhos
Juiz
- Francisco José Vieira Ferraz
Juiza
- D. Maria Sophia Isaacson
Secretário
– Francisco Ayres Cunha
Thesoureiro
– Antonio de Castro Moreira
Procurador
– João José Lopes
De
Nossa Senhora da Conceição da Lapa
Juiz
- João Carlos Vieira Ferraz
Juiza
- D. Rosalina Neves de Paula Leite
Secretário
– Antonio Gonçalvez Junior
Thesoureiro
– Affonso Pimentel
Procurador
– Antonio José Rodrigues
De
Nossa Senhora Santa Anna
Juizes
- Cônego Francisco Nunan, Daniel A. de Paiva e Herculano de Assis Carvalho
Juízas
– D. Anna Custodia de Almeida Pinto, Alzira Callado, Anna Eugenia Campos da
Cunha Coelho
Procurador
– Carlos José Alves, Emilio José dos Passos
Festa de
Mattosinhos - A Pátria Mineira, n. 155, 02/06/1892
Nos dias 5, 6 e 7 do corrente realisam-se as
concorridas festividades em Mattosinhos, cujo programma é o seguinte: sabbado,
vespera da festa, ao meio dia, será feita a distribuição da carne aos pobres
necessitados, no açougue do alferes Belisario. Ás 7 horas da noite a banda de
musica do maestro Martiniano Ribeiro percorrerá as ruas da cidade, finalisando
a passeata no arraial de Mattosinhos. Domingo haverá missa solemne ás 11 horas
da manhã e distribuição de veronicas e pães bentos, pregando o rvm. padre João
Pimentel. Ás 4 da tarde far-se-á o sorteio dos novos mesarios, que deverão
servir no futuro anno, occupando em seguida a cadeira evangelica o rvm. Conego
Nunan e terminando a festa com o hymno Te
Deum Laudamus. Á noite haverá caprichosa illuminação na egreja e no largo,
executando a banda de musica do referido maestro Martiniano, no respectivo
coreto, lindas e escolhidas peças do seu vasto repertorio, e queimando-se nos
intervallos variados fogos artificiaes do habil pyrotechnico Carlos André.
Segunda Feira, ás 10 e meia horas da manhã, celebrar-se-á missa resada, e, á
tarde, pregará o sermão do Senhor Bom Jesus o revm. padre Pimentel, finalisando
com o Te Deum Laudamus. Á noite a
mesma banda executará excellentes peças, havendo illuminação e fogos de
artificio.Terça feira, ás 11 horas da manhã, haverá missa cantada, sermão de
Nossa Senhora da Conceição da Lapa pelo revm. padre João do Sacramento e em
seguida Te Deum. Á noite illuminação
e fogos, tocando no coreto a banda de musica Lyra S.Joannense.
Festa de Mattosinhos - A Pátria Mineira, n. 156, 09/06/1892
Tendo começado domingo, terminaram-se hontem as
costumadas festas de Mattosinhos. Os trens extraordinarios estabelecidos pela
Oeste, regorgitam passageiros para aquelle aprasivel arrabalde desta cidade e
não deve ter sido má a receita da companhia. A illuminação, os fogos de
artificio corresponderam á expectativa. Apezar do grande ajuntamento, a ordem
publica permaneceu inalteravel. Com muita satisfação e outros tantos elogios,
noticiamos que pela primeira vez, desde longos annos, a roleta deixou de
funccionar como parte integrante das festas de Mattosinhos. A satisfação é
nossa, já se sabe, e os elogios são para o delegado de policia Carlos Miguel
Isaacson, que tem demonstrado que sabe e pode exercer o cargo.
Mattosinhos - Gazeta Mineira, n. 435, 08/06/1892
Com a pompa e animação costumadas realisarão-se nos
dias 5, 6, e 7 do corrente, as tradicionaes festas do Espirito Santo, na
proxima povoação de Mattosinhos. Muito povo, musica magnifica, fogos excellentes,
eloquentes sermões, extraordinaria alegria e completa inalterabilidade da ordem
publica; esta enunciação é sufficiente para deixar avaliar-se de quantos
attractivos foi, este anno, cheia a mais apreciada das festas que se celebrão
nesta cidade.
(Nota s/ título) - Gazeta Mineira, n. 437,
13/06/1892
Foi escolhido Imperador para a festa do ano vindouro
o sr. Comendador Francisco de Paula Leite. Os que conhecem a fidalguia e
liberalidade deste distinto cavalheiro, já por tantas vezes revelados em festas
religiosas desta cidade, prevêem, com razão, o esplendor e brilho da futura e
popular festividade do Divino Espírito Santo de Matosinhos.
Annuncios - p/
as Festas de Mattosinhos ou p/ o frio - A Pátria
Mineira, n.
201, 11/05/1893
Ricos palitots bordados para senhoras, de 20$ a 40$.
Capas de lã para criança, de 7$ a 12$. Chales de lã, algodão e casemira. Ricos
tapetes para sala. Ricos bordados. Grande quantidade de meias para senhoras e
crianças. Preço sem competencia! Isto só se encontra em casa de: CARDOSO &
COMP. PRAÇA DO ROSÁRIO
Programma das
Festas de Mattosinhos - A Pátria Mineira, n. 202, 18/05/1893
Festas do D.Espirito Santo. Na noite do dia 20 a
banda de musica percorrerá as ruas da cidade. No dia 21 “missa nova” solemne do
rvm. padre Heitor Augusto de Trindade, distribuindo-se pães bentos ao glória e
havendo beija-mão do novo sacerdote depois da missa. Ás 5 e meia horas da
tarde, sorteio do imperador e mais officiaes que hão de festejar o Divino
Espirito Santo no futuro anno. Em seguida, occupará a tribuna sagrada o padre
João Pimentel, terminando-se a festa religiosa pelo Te Deum. (2º e 3º como nos anos anteriores). Em todos os 3 dias
depois dos festejos religiosos, será o largo illuminado, queimando-se fogos de
artificio do pyrotechnico Henrique Vieira, e a banda de musica do maestro
Ribeiro Bastos executará escolhidas peças. Os Procuradores: Antonio de Assis
Pereira, João Evangelista Pequeno e Antenor Augusto Angelim
Botequim
Amburana - Gazeta Mineira, n. 486, 20/05/1893
Cheguem-se ao bom gosto sem rival! Em Mattosinhos!!
Encontrar-se-ha o Salathiel de Paiva commissario de superior queijo do reino e seu auxiliar Felippe
Trindade que, durante os tres dias da festa, pretende esquecer as suas amaveis
formas de sapatos para melhor acudir, com promptidão e ligeireza, aos seus
freguezes e amigos esperados. A QUALQUER HORA café, ceias, bebidas de todas as
qualidades. Barateza sem rival!!! (Não ficando o freguez prejudicado nem o dono
com pouco lucro). Encontra-se commodos reservados e completamente preparados
para bem servir as exmas. familias que prefirão O BOTEQUIM AMBURANA.
Excellente
Restaurant de Matheus Santos - Gazeta Mineira, n. 486, 20/05/1893
Durante as festas do Espirito Santo encontram-se no
Restaurant almoços, luncheons, jantares e ceias preparados com extremo
capricho, aceio e proficiencia. Bebidas de todas as qualidades, e com
especialidade, as de marca COMETA, fornecida pela casa depositaria, desta
cidade. A lista de todos os preços estará affixada na sala do Restaurant. Sala
reservada para familias. MATTOSINHOS.
A Barateza !!! - Gazeta Mineira, n. 486, 20/05/1893
Grande, bem montado o magnifico botequim, nas
condições de servir perfeitamente o respeitavel publico, durante as festas do
Espirito Santo. O Botequim da Barateza não tem competidor e si não
experimentem!!! Tudo bom e barato !! Proprietario - Luiz Pereira Cardoso. 26
LARGO DE MATTOSINHOS 26
O ponto da
ponta!!! - Gazeta Mineira, n. 486, 20/05/1893
Ao Gato Ruivo do que uza cuida! ... Sim, rapaziada,
cuida de boas petiscadas. Jose Furtado de Campos. Em Mattosinhos. Á elle!! Na
ponta; lá se acha o Chico Elias para bem servir aos gastronomos. ECONOMIA,
ACEIO e DEMOCRACIA[13]
Festa de
Mattosinhos - A Pátria Mineira, n. 203, 25/05/1893
Estão passados os tres dias de apreciadas festas de
Mattosinhos. Domingo, apezar do tempo ameaçador, houve concorrencia regular e
bem assim nos dias subsequentes. Os restaurants e botequins improvisados
obtiveram bastante animação e estiveram constantemente repletos de freguezia. A
orchestra do maestro Ribeiro Bastos, na fórma do costume, exhibiu em coreto
magníficas peças de seu repertorio. A illuminação e os fogos estiveram muito
longe dos esplendores dos annos passados. A receita parece que este anno foi
curta e não deu para grande coisa. A roleta campeou em liberdade e mais de um
filho-familia teve occasião de iniciar-se no vicio. Os trens da Oeste devem ter
transportado durante as festas mais de tres mil passageiros. Hontem os ultimos
romeiros se entretiveram com o enterro dos ossos e os botequins levantaram as
cestas, com pezar, já se sabe, dos empresários.Venham para o anno melhores
festas; e não sirva este voto de ofensa a aquelles que este anno fizeram o que
foi possivel fazer.
Mattosinhos - Gazeta Mineira, n. 487, 27/05/1893
Nos dias 21, 22, 23 e 24 effectuarão-se, na proxima
povoação de Mattosinhos, as tradicionaes e sempre muito concorridas festas do
Espirito Santo, sendo melhores os festejos externos do terceiro dia. Para as
solemnidades do anno vindouro foram escolhidos os seguintes festeiros [14]:
Imperador - Ernesto Rodrigo de Assis e Silva
Imperatriz - D.Francisca da Rocha Paranhos. (Etc.)
Gazeta
Mineira, n. 536, 12/05/1894
(...)
SABBADO, 12 de Maio - às 6 ½ horas da tarde, haverá a ultima novena solemne,
depois da qual percorrerá o Largo a banda Ribeiro Bastos, havendo leilão à
porta da Egreja. Nesse dia, apesar de ser de jejum, se distribuirá carne aos
pobres, do meio dia por diante, no açougue dos srs. Paixão & Irmão,
mediante cartões distribuídos sexta-feira pelo Procurador Pedro Moreira. Por
promessa também do tenente Belisário de Andrada, distribuirá domingo, carne aos
pobres mediante cartões que ele fornecerá.
DOMINGO,
13 de Maio - Festa do Divino Espírito Santo. Às 8 horas missa rezada. Às 11
horas missa solene e distribuição de registros, medalhas e pãezinhos. Prega o
evangelho o Revm.Vigário Cônego Nunan. Às 5 da tarde eleição dos novos
mesários. Às 6 ½ horas te Deum, pregando o rvm. Padre João Pimentel. Explêndida
iluminação e ornamentação caprichada em torno da igreja pelo hábil amador
farmacêutico Desidério Rodarte. Tocará no coreto escolhidas peças e algumas
novas a insígne banda do exímio maestro Ribeiro Bastos e queimar-se-á um grande
e magnífico fogo de artifício executado pelo excelente artista Henrique.
SEGUNDA-FEIRA, 14 de Maio - Festa do Senhor Bom
Jesus de Mattosinhos. Às 11 horas missa cantada, distribuindo-se verônicas por
ocasião do Glória. As 4 horas da tarde sairá a procissão do Senhor, percorrendo
o Largo, pregando à entrada, o Rvm. Padre João Pimentel, seguindo-se Te Deum. Haverá grande illuminação,
fogos de artificio, relampagos com magnezium em pó, etc. Tocará no coreto a
Banda do maestro Ribeiro Bastos.
TERÇA-FEIRA, 15 de Maio - Festa de Nossa Senhora da
Conceição da Lapa. Às 10 horas missa com música. Ás 5 horas Te Deum, pregando o Rvm. Padre Gustavo
Coelho. Haverá iluminação, fogos de artifício e tocará no coreto a banda do
Maestro Ribeiro Bastos.
QUARTA-FEIRA, 16 de Maio - Festa de Sant’Anna. Às 10
horas missa com musica. Às 5 horas Te
Deum pregando o Rvm. Padre Gustavo Coelho. Haverá illuminação, fogos de
artificio e tocará no coreto a Banda do maestro Ribeiro Bastos.
Festa de
Mattosinhos - Gazeta Mineira, n. 537, 02/06/1894
Nos dias 13, 14, 15 e 16 do mez que passou
realizarão-se as tradicionaes festas que, todos os annos se celebrão em
Mattosinhos, poetico suburbio desta cidade. O programma publicado nesta folha
foi executado á risca e caprichosamente acrescido de uma procissão no ultimo
dia. As festividades quer no interior do templo, quer fóra deste, estiverão magnificas,
havendo sido enorme a concurrencia popular. A ornamentação da praça foi, este
anno, de mais gosto e riqueza do que em annos anteriores e fez-se apreciar a
conceituada corporação musical do maestro Ribeiro Bastos. (Etc.) [15]
.
800$000 - O Resistente, n. 12, 19/06/1895
Pois então o Imperador do Espirito Santo deu 600$000 e a
Imperatriz 200$, perfazendo 800$000, para as despezas do primeiro dia de festa
de Mattosinhos, e não se pôde comprar nem fogos de artifício? Expliquem-nos
como é que o Domingo foi justamente o dia mais chôcho das festas! É
extraordinario! S. João d’El-Rey, 5 de Junho de 1895 - “O espreita”
Festa de
Mattosinhos
– O Resistente, n. 55, 30/05/1896
Os
tradicionaes festejos do Espirito Santo correram este anno muito frios. Pode-se
dizer que a festa constou de jogatina: mil e uma roletas, centenas de jaburús,
rodas da fortuna, vermelhinha, cavallinhos, dados chumbados – uma diabrura
emfim de meios de comer os cobres dos incautos. É progresso! ...
(Nota s/
título) – O Resistente, n. 93, 03/06/1897
Começa no Domingo, em Mattosinhos, a poetica e
popular festa do Divino Espirito Santo, que sempre leva grande romaria ao
pittoresco arrabalde e se prolonga por 3 a 4 dias consecutivos. Durante ella
haverá este anno, á frente da egreja, das 7 horas em deante , bellos leilões de
prendas em beneficio das obras de reconstrução da torre, tendo já sido
escolhidos e comunicados as commissões de senhoras incumbidas de promover os
necessarios donativos.
(Nota s/
título) – O Resistente, n. 93, 03/06/1897
Caridoso e bello costume nesta cidade é o da
distribuição de carne aos pobres no Domingo do Divino Espirito Santo, e o qual
ainda se repete no dia 6 do corrente.
Festa de
Mattosinhos
– O Resistente, n. 93, 03/06/1897
Grande e importantissimo leilão que se fará durante
todos os quatro dias de festa das 7 horas da noite em deante. De dia estará
sempre aberto tambem o grande deposito, á disposição do publico para vender
tudo apenas pelo custo do Rio e carreto. Equivale a um excellente botequim.
Festa de Mattosinhos – O Resistente, n. 94, 10/06/1897
Concorrencia e grande animação geral de kermesse,
leilões, jogos e outros divertimentos tiveram este anno as pittorescas festas
de Mattosinhos. As barraquinhas diversas que de todo lado se levantavam,
toscas, irregulares, mas abundantemente illuminadas, a regorgitarem de povo,
davam ao bello largo d’aquelle arrabalde um acabado aspecto de feira sympathica
e festiva. O povo encheia a egreja e ao mesmo tempo todos os botequins e todos
os centros de diversão na mais alegre communicação de convivencia jovial e
amistosa. Durante todos os 4 dias, Domingo, Segunda, Terça e Quarta-feira, que
como de costume durou a festa, a concorrencia foi sempre a mesma e a mesma
animação e alegria. O encanto das noites enluaradas que cahiam branquissimas e
serenas do céo anilado e limpido, d’onde simultaneamente se coava o frio
regelador, proprio de junho, punha uma nota a mais de festa na natureza, para
refflectil-a sobre a ampla e garrida multidão de homens e senhoras que se
acotovelavam na praça. E tinha o seu lugar o contraste de cores de toillets, destacando os grupos,
singularisando as pessoas, deshomogenisando toda aquella massa animada e
apertava, ora se rarefazia e disseminava por toda parte. O serviço de
transporte dos romeiros foi feito por trens especiaes da EFOM e o por carros e
cavallheiros que se cruzavam a toda hora pela larga e excellente estrada de
rodagem, que desta cidade conduz até alli. Para nova confirmação da indole
morigerada do nosso povo, que é para nós justo motivo de desvanecimento e de
orgulho, nem um incidente só veiu perturbar, por menor que fosse, o conceito da
alegria geral e a harmonia dos festejos.
(Nota s/
título) – O Resistente, n. 141, 12/05/1898
Os procuradores da festa do Espirito Santo em
Mattosinhos, a qual cae a 29 do corrente, por deliberação tomada na
Segunda-feira resolveram realizar todos os festejos de costume, com a mesma
pompa e solemnidade dos annos anteriores, e de accordo com a resolução, já se
tem dirigido aos outros mesarios para saber de suas esmolas, encaminhado tambem
todas as demais providencias necessarias. Fica deste modo contestado o que
consta, que aliás, com algum fundamento se havia propalado, de que não se faria
este anno aquella festa [16].
Festa de
Mattosinhos - O Resistente, n. 144, 02/06/1898
Nos quatro dias passados, de que foi ultimo o de
hontem, realizou-se a popular e sympathica festa de Mattosinhos, nesta cidade,
tendo feito jus a elogios os seus procuradores a quem se póde dizer que obraram
milagres em vista da exiquidade dos recursos pecuniarios que conseguiram reunir
e do brilhantismo que em todos os dias a festa exhibiu e ostentou sempre. O
povo não deixou nunca de postar o inapreciavel concurso de sua presença ás
solemnidades, enchendo numerosamente toda a vasta praça do pittoresco
arrabalde, ainda mesmo na Segunda-feira em que teve de se transportar a pé por
haver a E. F. Oéste de Minas suspendeu os trens especiaes, que correram no
Domingo e foram restabelecidos na Terça e na Quarta-feira. Os actos no templo
tiveram bastante imponencia e os festejos externos e profanos não ficaram aquém
dos annos anteriores, havendo sempre bonitos fogos de artificio, aos quaes
assistiram as familias de uma vistosa archibancada semi-circular que foi
levantada em frente da egreja por iniciativa nova do Sr. Capitão Symphronio
Reis, um dos procuradores. Não faltaram tão pouco as poeticas barraquinhas, os
pannoramas de exposição publica, os pick-nics e jogos variados de mil
differentes especies, do que tudo se constitue attractivo e pittoresca
singularidade da tradiccional festa de Mattosinhos. E attestando eloquentemente
mais uma vez a indole ordeira a pacifica de nosso povo, assignalamos ausencia
completa de um só facto ou incidente, por menor que fosse, de alteração da
ordem publica, que se manteve sempre perfeita apezar do grande accumulo de povo
e de tudo quanto é proprio destas occasiões, e que entretanto pareceu só
conspirar para maior união e alegria geral.
Para os Pobres
– 60$000 em esmolas – O Resistente, n.144,
02/06/1898
Recebida do Sr. Major Miguel Archanjo da Silva,
temos em nosso poder para distribuirmos pelos pobres em esmolas de 1$000 cada
uma, no sabbado, a quantia de 60$000 doada pelo procurador dos pobres na festa
do Senhor Bom Jesus de Mattosinhos [17].
Faremos pois a distribuição, no sabbado, do meio-dia ás 4 horas da tarde, em
nosso escriptorio.
Festa do
Espirito-Santo - São João d’El-Rey, n. 17, 13/05/1899
No dia 21 do corrente devem começar no pittoresco
arraial de Mattosinhos, suburbio desta cidade as tradicionaes festas do
Espirito Santo. Como sempre, serão ellas pomposas, havendo dansas publicas, que
sem duvida muito concorrerão para maior brilho das festas.
Festas de
Mattosinhos - São João d’El-Rey, n. 18, 20/05/1899
O snr. Desiderio Rodarte, secretario da commissão de
festejos do dia 22, teve a gentileza de nos dirigir um convite para assistir no
dia 16 ao ensaio das contradanças annunciadas para aquelles festejos, as quaes
são bem interessantes e que por certo muito agradarão o nosso publico. Gratos
dirigimos ao snr. Desiderio nossas felicitações pelo seu esforço em introduzir
mais um diverttimento nas tradicionaes festas populares de Mattosinhos.
Danças. Durante as festas
de Mattosinhos, que começarão amanhã, terão logar alli as conhecidas danças
populares em que se exhibirão diversos patricios nossos amadores do bom e do
bello.Desejamos que os esforços do Capm. Desiderio Rodarte sejam coroados do
melhor resultado. São esses os nossos votos.
(Nota s/
título) - São João d’El-Rey, n. 18, 20/05/1899
Da E. de F.
Oeste de Minas recebemos a seguinte communicação. De ordem do snr. Dr.
Inspector Geral vos communico que haverá trens especiaes nos dias 21, 22, 23 e
24 do corrente para as festas de Mattosinhos; não ha horario, correm de accordo
com o serviço ordinario e concurrencia publica, sendo o primeiro trem as 10
horas e o ultimo as 9 horas da noite, de Mattosinhos. O preço das passagens de
ida e volta é o mesmo dos annos passados $500 réis. Emílio Rohe
Circo
Zoológico - São João d’El-Rey, n. 18, 20/05/1899
A companhia dirigida pelos snrs. Dario & Pinho,
tem dado funcções repitidas e muito animadas. Já foram exhibidos a Onça e o
Leão dois animaes que apresentam uma novidade para esta terra. Consta-nos que
serão expostos em Mattosinhos, durante as festas do Espirito Santo esses
animaes, é occasião do publico apreciar uma cousa aqui nunca vista.
Circo Zoologico - O Resistente, n. 207,
21/05/1899
Tem continuado este circo a ser um centro de
concorrida diversão nas noites de espectaculo. A exhibição das duas féras o leão
e a onça tem contribuido ainda nas ultimas funcções para tornar mais agradavel
a estada da companhia entre nós. Os trabalhos artisticos tem sido sempre
applaudidos e o palhaço Benjamim dado boas sortes e colhido estrepitosas
gargalhadas do publico.
Festa de Mattosinhos - O Resistente, n. 207,
21/05/1899
Começam hoje as tradicionaes e populares festas do
Espirito Santo no pittoresco arrabalde de Mattosinhos. O mesmo enthusiasmo e
animação de sempre se notam ainda este anno, fazendo-se grandes preparativos
para os festejos e havendo um verdadeiro exodo de familias da cidade para alli.
Trens especiaes, segundo comunicação que nos fez o obsequio de mandar
transmitir o sr. dr. Inspector Geral da E. F. Oéste de Minas, transportarão o
povo desta cidade para Mattosinhos diariamente. Correrão esses trens hoje,
amanhã, depois e até Quarta-feira, sem horario e de accordo com o serviço
ordinario e a concurrencia publica, salvo o primeiro que será ás 10 horas da
manhã e o ultimo ás 9 da noite. O preço das passagens não soffreu alteração dos
annos anteriores, continuando a ser de 500 réis.
* * *
Hontem houve passeata á noite, que percorreu as ruas
desde a cidade e foi terminar n’aquelle arrabalde, sendo a banda de musica que
tocou a do maestro Martiniano Ribeiro. Hoje celebrar-se-á ás 11 horas do dia
missa solemne e ás 15 da tarde Te-deum
com sermão, e a mesma cousa na Terça-feira e na Quarta, com illuminação no
largo á noite e tocando em coreto uma banda de musica.
* * *
O programma d’amanhã, porém, é differente e
constitue por elle só uma festa completa. Ás 9 horas da manhã será dita uma
missa por intenção de todos os devotos. Ás 11 horas terá logar a missa solemne
com sermão e distribuição de estampas de santos e pães bentos. Ás 5 horas da
tarde sahirá a procissão do Senhor Bom Jesus do Perdão, recebendo-os com sermão
haverá em seguida Te-deum. Ás 7
½ horas da noite illuminar-se-á,
franqueando-se ao publico, um extenso palanque, onde ás 8 horas terá começo, em
bonitas phantasias, um grande bailado com danças variadas e interessantes, sob
a direcção do sr. Desiderio Rodarte e tocando a musica do Asylo de S.
Francisco. Serão queimadas tambem bellos fogos de artificio e feita illuminação
a giorno em todo o largo.
* * *
Grande número de barraquinhas armadas com botequins
por todos os pontos da vasta praça que se abre no centro de Mattosinhos,
dão-lhe um aspecto de festa e alegria sympathica e agradavel. Diversões
variadissimas e jogos de toda especie se expõem ao publico, convidando-o á
aventura e a divertir-se folgada e despreocupadamente, durante os quatro dias
de festas.
Festas de
Mattosinhos - São João d’El-Rey, n. 19, 27/05/1899
Conforme antigas usanças e de accordo com o
tradicionalismo são joannense, realisaram-se a 21, 22, 23 e 24 do corrente mez
as festas sympathicas que se celebram anualmente no poetico arraial de
Mattosinhos um dos bellos arrabaldes nossos. Como se sabe as festas constam de
ceremonias religiosas e diversões no largo e nas ruas do arraial e umas e
outras tiveram regular concorrencia e relativa pompa. No dia 20 a noite a banda
de música do inspirado maestro Ribeiro Bastos percorreu as ruas da cidade,
annunciando com a sua fanfarra o innicio dos tradicionaes festejos, terminando
a passeata na praça de Mattosinhos, onde uma enorme fogueira, tambem
tradicional estava acesa tendo em derredor uma multidão de romeiros e de
pessoas que se mudam para alli afim de melhor gosarem os quatro festivos dias.
A musica foi a residencia da Exma. Baronesa da Conceição da Barra [18],
Imperatriz do Divino Espirito Santo e ella e sua familia fidalgamente
cavalheiros obsequiaram a musica que alli executou variadas peças. No dia 21 a
cidade amanheceu com aspecto festivo, um dia claro e lindo e o povo em massa
descia pela praia abaixo, como se diz aqui, em busca do arraial, uns pelo trem
outros a pé. Ás 11 horas houve missa solemne e foi ouvida com religiosa
attenção pelo grande auditório que enchia o templo - a inspirada missa do nosso
sempre lembrado conterraneo, o inditoso Maestro Presciliano Silva. A musica
suave, bem escripta foi interpretada com a costumada correcção pela briosa
orchestra do Maestro Ribeiro Bastos que incumbiu-se da parte musical nos dias
de festa. Terminada a missa começaram as diversões de rua, as quaes são
multiplas de accordo com o gosto de cada dilletante. Inumeras barraquinhas,
onde os jogos, os meios exquisitos são exhibidos; estão plantados aqui e alli,
rodas de fortunas, lanternas magicas, um circo de cavalinhos de páo, delicias
da creançada e de muitos marmanjos e marmanjas tambem, dão a praça um ar
agradavel de alegria e festivo. E n’aquella promiscuidade feliz todos se
divertem a vontade. Chega a tarde, a noite e a onda de povo cresceu despejada
pelos trens sucessivos e pela estrada de rodagem - todos a espera das festas da
noite. Houve Te-deum e sermão
occupando a tribuna sagrada o nosso estimado conterraneo Revm. Padre Heitor
Trindade. Fez-se ouvir cantado belissimo solo ao pregador a distincta amadora
D. Maria de Rezende Campos, que desempenhou bem a inspirada composição confiada
a sua voz terna e meiga; a oração sagrada versou sobre a vinda do Espirito
Santo. O orador agradou muito ao escolhido audictorio. Finda a festa de Igreja
o povo acotovellava-se pelas ruas divertindo-se uns nas barraquinhas da fortuna
e outros ouvindo os bellos accordes da banda musical que em elegante coreto no
meio da praça executava boas peças de seu escolhido escrutinio. No dia 22 a
mesma massa de concurrentes para ouvir a missa solemne as 11 horas da manhã
sendo executada a bonita e ligeira missa franceza de Valequet. Á tarde grande
concurrencia ainda e sempre para o Te
Deum e para as festas de rua. Festeja-se neste dia o orago da Capella -
Senhor Bom Jesus de Mattosinhos. Fez-se ouvir na tribuna sagrada o eloquente
orador sagrado Revm. Padre João do Sacramento, elevado na phrase sempre apurada
e correcta [19].
A concurrencia nas ruas duplicou-se para assistir a procissão do Senhor Bom
Jesus que em enorme madeiro com os braços estendidos parecia querer n’um
amplexo de paz e de amor congraçar toda aquella multidão de fiéis. As festas de
rua tiveram uma nota nova nos annaes de Mattosinhos: as taes danças de que
fallamos no numero transacto; organizadas pelo pharmaceutico Desiderio Rodarte
e Pedro Rodrigues que foram incançáveis para o bom desempenho do grupo dançante
que elles arranjaram - As danças correram annimadas e concorridas e o
divertimento foi applaudido. No dia 23 houve missa resada as 11 horas e a noite
Te Deum. Houve sermão pregado pelo
distincto vigario da freguesia Padre João Pimentel, orador consummado, já
affeito as lides da fórma, sem se esquecer da escolha que fez do assumpto sobre
que vae attrair a attenção dos fieis que continuam ouvir-lhe a vóz authorisada.
Nesse dia a ceremonia era dedicada a Nossa Senhora da Conceição da Lapa. Na
praça, enorme movimento de gente, nos botequins, nas barracas, nos
divertimentos e ao redor do coreto. No dia 24 a festa é dedicada a Sant’Anna,
devoção nova alli, mas desempenhada sempre com a mesma pompa, o mesmo esplendor
e concurrencia de fieis. As 11 horas houve missa com musica e a tarde Te Deum. Tudo na melhor ordem possivel.
A noite as mesmas diversões dos demais dias. Assim foram as tradicionaes festas
de Mattosinhos, que para seu brilhantismo teve ainda a favor umas bellissimas
noites seccas e enluaradas.
Festa de
Mattosinhos - O Combate, n. 60, 01/05/1901
Os Snrs. J.Assis Sobrinho, alfs. Roque Balbi e José
Silveira, procuradores das festas de Mattosinhos, promovem os meios para
solemnizar com todo brilhantismo e pompa do costume as tradiccionaes festas,
que serão nos dias 26, 27 e 28 do corrente. Haverá trens especiaes nestes dias.
Festa de
Mattosinhos
– O Resistente, n. 396,
23-25/05/1901
Communica-nos o Sr. Emilio Röhe, digno inspector
geral da E. F. Oéste de Minas, que para as festas de Mattosinhos haverá trens
especiaes nos dias 26, 27 e 28 do corrente, partindo o primeiro, em cada dia,
ás 10 horas e 35 minutos da manhã para aquelle arrabalde e regressando o ultimo
d’alli para a cidade ás 9.30 da noite.
Festa de
Mattosinhos - O Resistente, n. 396, 23-25/05/1901
Vende-se um animatographo, ultima novidade, que
trabalha com vistas animadas tanto á luz electrica como a gaz oxygenico e
acetyleno, com 20 vistas modernas em perfeito estado. Informações com Raphael
Bini, á rua Christovam Colombo, n. 13.
Festa de Mattosinhos - O Combate, n. 66, 25/05/1901
Amanhã começam as tradicionaes festas neste
pittoresco arrabalde desta cidade, sendo de esperar-se que sejam feitas com
toda pompa, devido aos esforços dos procuradores J.Assis Sobrinho, Roque Balbi
e José Silveira.
(Nota s/
título) - O Combate, n. 66, 25/05/1901
O Sr. Capm. Emilio Rohe, digno inspector da Oeste de
Minas, teve a gentileza de nos mandar o memorandum que se segue: Memorandum nº 611 - Redacção d’ “O Combate”
-
Communico-vos
que para as Festas de Mattosinhos, nos dias 26, 27 e 28 do corrente, haverá
trens especiaes, sendo o primeiro de S.João ás 10.35 da manhã e o ultimo de
Mattosinhos ás 9.30 da noite.
Restaurante
Italo Brasileiro - O Combate, n. 66, 25/05/1901
Durante os dias de festas em Mattosinhos o sr. David
d’Angelo acha-se estabelecido n’aquelle pittoresco arrabalde com hum bem
montado restaurante, onde as exmas. familias e cavalheiros encontrarão finos
doces, excellentes pratos e escolhidos vinhos e licôres.
(Nota s/
título) - A Pátria Mineira, n. 106, 27/05/1901
Realisaram-se as festas de Mattosinhos que começaram
domingo e terminaram hontem quarta-feira. Foram, este anno, extraordinariamente
concorridas e estiveram como sempre attrahentes.
Festa de
Mathosinhos - O Combate, n. 67, 01/06/1901
Com a concurrencia de sempre e com grande animação
realisaram-se as tradicionaes festas de Mattosinhos nos dias 26, 27 e 28. As
festas da Igreja sempre realisadas com o maximo respeito e as da rua com
extraordinaria ordem. Na Igreja tocou a orchestra Ribeiro Bastos que, como
sempre, exhibiu-se inimitavelmente e no coreto do Largo a banda do 28º Batalhão
deliciou aos apreciadores da boa musica. O Largo de Mattosinhos garridamente
enfeitado tinha um belissimo aspecto.
Declaração – O Resistente, n. 398, 30/05-01/06/1901
Declaro que recebi do Sr. Capitão Antonio Homem
d’Almeida a joia de Juiz do terceiro dia de festa de Mattosinhos [20].
S. João, 29 de Maio de 1901 – O Procurador, José Feliciano da Silveira.
Festa de
Mattosinhos
– O Resistente, n. 398, 30/05-01/06/1901
No Domingo, na Segunda e Terça-feira realizaram-se
com animada concorrencias as populares festas annuaes de Mattosinhos, que
tivera, este anno todo o attractivo dos jogos de toda especie que durante ellas
se offereceram ao publico. A Estrada de ferro fez trens todos os dias, e por
elles, como por outros meios e a pé, o povo se transportou para alli
diariamente, abrilhantando as sympathicas festas. Apezar de toda – espectativa
de desordens e barulhos, que se contavam dar n’aquellas festas e pelo que mesmo
a policia se preveniu cautelosamente com um forte destacamento de praças
armadas e municiadas, que para lá iam todos os dias, não occorreu o menor
incidente, nem se deu qualquer rixa ou tumulto, que justificasse sequer uma
prisão. Desvanecemo-nos por esse facto, pois assim ficou mais uma vez patente o
espirito ordeiro e pacifico desta
população, que soube sempre se divertir sem perturbação da ordem.
Praça de Touros – O Combate, n.171,
04/06/1902
No Domingo effectuou a Companhia Tauromachica mais
um concorridissimo espectaculo, tendo havido variadas sortes, nas quaes todos
os artistas foram bastantemente applaudidos. Poderiam entretanto mais fazerem,
serem muito mais felizes se tivessem encontrado rezes mais bravas. No Domingo
haverá novo espectaculo.
Eleição dos
Festeiros de Sr. Bom Jesus de Mattosinhos para funccionar no anno de 1905 –
O Reporter, n. 19, 25/05/1905
Imperador: Mj.Antonio G. Coelho
Imperatriz: D. Ambrosina A. Magalhães
Procuradores dos Pobres: José Ignacio da Silva Rios,
Geraldo Paixão
Pagem do Estoque: José Antonio O. Campos
Caudatario da Capella: Marçal de Sousa e Oliveira
Alferes da Bandeira: Alfredo Horta
Mordomo da Capella: Martiniano Ribeiro Bastos
Ajudantes de Mordomo: João Lopes Jr. Oscar Ferreira,
João Costa, Irineu Cantelmo, Lauro Cunha,
Francisco Campos, Camillo Lima, Custodio Teixeira
Thesoureiro: Antenor Augusto Angelim
Secretario: José Teixeira Guimarães
Procurador: José de Azevedo Junior
Festa de
Mattosinhos - O Reporter, n. 22, 11/06/1905
Com o mesmo enthusiasmo dos annos anteriores
realisa-se este anno a festa de Mattosinhos
No dia 11, em honra do Divino Espirito Santo, haverá
missa pelas 11 h. da manhã e Te-Deum
á tarde. No dia 12, é a festa dedicada ao Senhor Bom Jesus. No dia 13, festa de
Nossa Senhora da Conceição da Lapa, havendo nesses dous dias os mesmos festejos
do primeiro. Tocará em todos os actos a excelente orchestra e banda Lyra
S.Joannense, regida pelo provecto director tenente Luiz Baptista Lopes. Depois
das festas da Igreja haverá illuminação no largo, fogos de artificio, musica no
corêto e muitas outras funcções para divertimento publico. Haverá trens cujo
horario obedecerá a concurrencia, que houver, de passageiros.
Festa de
Mattosinhos - O Reporter, n. 23, 18/06/1905
Realisou-se com o enthusiasmo de sempre, a
tradicional festa de Mattosinhos, tendo sido desempenhado, cabalmente o
programma, profusamente espalhado na cidade, e do qual tivemos occasião de dar
o resumo na nossa edição passada. Na quarta-feira ainda houve uma festa
improvisada. Houve muita concorrencia, animação e cordialidade, não tendo se
dado, no meio de tão grande aglomeração de povo, um pequeno incidente
desagradavel. Os trens correram com bastante regularidade, tornando-se credora
de elogios a administração da Oeste. Levamos nossos parabens aos promotores dos
festejos de Mattosinhos, este anno, porquanto elles tiverão compensação para os
sacrificios, que fizeram.
* * *
Vindo de Oliveira, para assistir as festas de
Mattosinhos, esteve nesta cidade o estimado sanjoannense sr. Augusto Trindade,
residente em Oliveira.
Festa de
Mattosinhos - O Reporter, n. 17, 03/06/1906
Começam hoje as alegres e tradicionaes festas do
Divino Espirito Santo na sua egreja propria (sic)
[21],
em Mattosinhos, pittoresco e populoso arrabalde desta cidade, seguindo-se
amanhã e depois, as festas do Senhor Bom Jesus e de Nossa Senhora da Conceição
da Lapa. Além das festividades da egreja teremos as festas profanas que
constarão de musica na porta da egreja, illuminação e fogos. A Estrada de Ferro
Oeste fornecerá trens, para commodidade do publico, partindo o 1º desta cidade,
as 10 h da manhã e regressando o ultimo ás 9 h da noite. Sempre porém que haja affluencia
de passageiros, correrão outros em horas diversas. O preço de ida e volta é de
500 reis.
A Esmo - O Reporter, n. 18, 10/06/1906
Não sou palmatoria do mundo e nem tenho pretensões
de censor, não penso que a critica, nos tempos que correm, emende ou corrija as
cousas tortas; entretanto, ás vezes, sinto cocegas para metter o bedelho em
cousas que vejo mal encaminhadas. Por exemplo: sou de opinião que a festa de
Mattosinhos agora passe a chamar-se a festa da jogatina. E tenho razão para
isso, pois que, este anno, mais nada houve alli de divertimento publico do que
os jogos, jogos de toda especie, de todos os feitios, de todo o calibre.
Antigamente, ainda é de meu tempo, antigamente, havia empenho em trazer-se para
aqui, em occasião da festa de Mattosinhos, uma companhia de cavallinhos, uns
amadores de touradas, cavalhadas ou qualquer outro divertimento, que
distrahisse o povo e que não o forçasse a procurar distracção na mesa de jogo.
Hoje foi supprimido até o proprio fogo de artificio e a não ser um foguetesinho,
de vez em quando - mais nada faça acreditar a pyrotechnica local, que em tempos
idos, gozou de fama extraordinaria. Agora foi tudo avassalado pelo jaburú,
empolgado pela roleta, pela roda dos bichos, pelos dados e por centenas de
outros jogos que alli appareceram este anno. E naquella promiscuidade, homens e
mulheres, crianças e velhos, commandantes e commandados se acotovelaram no - jaburú da sorte, pescando os nikeis na
mesa, deixando-se tosquiar, humildimente pelos banqueiros, como se alli estivessem
a praticar o acto mais licito da vida. E então o jaburú, um jogo cabúla,
implicante, enjoado e do qual nunca ouvi contar vantagem alguma. E os taes
pregoeiros desse jogo?! Oh! é cada um de pasmar. Ainda agora esteve um lá a
annunciar que aquillo era a salvação da
lavoura; a salvação do commercio e da industria e... a perdição do pae de
familia, dizia um outro, logo atraz do pregoeiro. E foi isso a festa de
Mattosinhos: jogo desde a manhã até a noite, alta hora e tudo em uma
promiscuidade de espantar. Chegou a ponto de (não lhes conto nada) arranjar-se
mais um quarto dia de festa, para
prolongar-se a pagodeira. Essas considerações que ficam me foram suggeridas
pela leitura que fiz do programma, profusamente espalhado para esse quarto dia.
Diz o programma: continuam hoje as festas
de Mattosinhos... Ora, como a festa desse quarto dia só consistiu de jogo, sem
ao menos o disfarce das cerimonias de Egreja, e como se chamou isto de festa -
fiquei horrorizado de ver a sem cerimonia com que se annunciou a continuação
das festas, quando nesse dia só houve jogo. Quem escreve essas linhas não é
contrário ao jogo, aprecia esse genero de divertimento, embora não lhe permite
ser francamente jogado; mas ainda assim confessa-o - teve o espirito conturbado
deante do que viu - o jogo infrene, desbragado, mas como unico divertimento.
Não: isso não deve continuar assim; devemos ter alli o jogo, para quem como eu
gosta delle e aprecia o divertimento, porem o jogo mais recatado, mais lá pra
dentro, no interior das casas, sem ostentação e cá fora então deveriamos ter as
cavalhadas, as touradas, os circos de cavallinhos, as diversões proprias para
as crianças que alli vão, enfim cousas que deleitem as almas, não conturbem o
nosso espirito e não nos prejudiquem a moral, o physico, a saude, a bolsa; a
bolsa sobretudo. Sylvio Celio
Festa em
Mattosinhos - O Reporter, n. 18, 10/06/1906
Sempre animadas, com extraordinaria concorrencia e
sem o menor incidente desagradavel o que seria natural, visto a accomulação de
povo que se reunia ás tardes e á noite no espaçoso largo, correram as festas de
Mattosinhos. Os actos da egreja, com menos pompa que nos demais annos, ainda
assim foram praticados com a solemnidade devida, conservando-se a egreja sempre
cheia de fiéis. Tocou no 1º e 3º dias a orchestra e banda Lyra São Joannense e
no 2º a orchestra Ribeiro Bastos no largo e a banda do Asylo de São Francisco,
abrilhantada ainda pela banda do 28º Batalhão, postada em frente ao
estabelecimento da Enfermaria militar. Se foram menos pomposas as festas
internas, da egreja, o mesmo não aconteceu com as externas, que parecem
cresceram de animação, estando o largo cercado de barracas, e as casas todas
tomadas por bancas de jogos, botequins e todo genero de divertimento, onde o
povo sequioso de passatempo, se agglomerava. A festa do 4º dia foi somente
profana, conservando-se a egreja fechada. Os trens da Oeste correram
sucessivamente em todos os dias, sempre repletos de romeiros que iam e vinham,
sendo extraordinario o numero de passagens vendidas.
Mattosinhos - O Reporter, n. 16, 26/05/1907
Tudo passa neste mundo! Tiveste tambem que prestar
teu tributo a essa lei fatal, ó festa de Mattosinhos. Passaste. Passou-se o teu
reinado de tres dias. E agora, voltados á calma dos dias vulgares, temos, que
nos deixarmos seduzir por ti no coração vicejante e florida uma saudade tão
grande que mais parece um girassol.Tres dias consecutivos o povo de S. João
d’El-Rey, se deixou attrahir para o formoso suburbio, pittoresco na poesia de
sua linda egrejinha, rodeada de poeticas chacaras. Dos trens especiais da
Oeste, trafegando de momento a momento, e dos caminhos de rodagem que ligam a
cidade a Mattosinhos, desaguavam no vasto largo do arraial magotes e magotes de
povo, a formigar, jubiloso, em busca das diversões tradicionaes que alli
naquelles tres dias, se encontram. A parte religiosa resumiu-se por
determinação do Revmo. Parocho. No que concerne ao lado profano, os festejos
correram como sempre, animados e rumurosamente alegres. É o dia de S. Martinho
para o s. joannense esse passado em Mattosinhos, por ocasião das festas do
Espirito Santo. A ordem, alli, não é ressomnar, como na conhecida comedia. A
ordem é sahir da linha costumada. Uma vez na vida tomar a gente uma
carraspanazinha e abeirar-se do panno verde da rolêta ou do oleado do “jaburú”
e arriscar sua fichasinha, não é que produzirá a desorganização social. E, por
isso, todo mundo alli vai e procura divertir-se. Familias aguardam esse dia
para fazerem intimamente seu “pic-nic”, levando num farnel o seu jantar, que é
consumido á beira de uma agua cantante, entre arvores. Outros vão “lunchar”
(sic) em algum dos restaurants, que durante o festivo triduo ficam
estabelecidos no arraial. Estes outros, fazem o seu jantar em casas de amigos,
moradores no poetico bairro. E, depois, toca a flanar por entre as garridas
barracas. E toca a beber uma cerveja aqui; e toca a arriscar um niquel acolá; e
toca a esquecer um momento as infindáveis tristezas da vida. E, por isso,
quando no grande relogio do tempo sôa o ultimo minuto das festas de
Mattosinhos, a gente volta á calma dos dias vulgares, trazendo no coração,
vicejante e florida, uma saudade tão grande que mais parece um girassol.
Festa de
Mattosinhos
– A Opinião, n. 95, 03/06/1908
Na proxima festa de Mattosinhos – correrão entre
esta cidade e aquelle suburbio trens extraordinarios, com pequenos intervallos,
sendo o ultimo ás dez horas da noite. Para maior regularidade no serviço de
fiscalização não haverá distincção de classes e vigorará o preço de tresentos
réis para passagens de ida e volta. Para os trens extraordinarios desses dias
serão validos os coupons de assignatura.
Festa de
Mattosinhos
– A Opinião, n. 97, 10/06/1908
Apezar do lamentavel accidente ocorrido Domingo,
continuaram ante-hontem e hontem as festas que se realisaram em Mattosinhos.
Como no ano passado, assumiu na vespera o cargo de delegado de policia o sr.
alferes Getulio [Manso] da Fonseca, com ordem expressa do sr. dr. Chefe de
policia para não consentir jogos, que são a “great atraction” dessa festa popular.
A principio tivemos a prohibição formal dos jogos, depois a permissão para os
jogos dentro das casas. Essa medida, tal como se deu no anno passado, provocou
protestos visto seu caracter de parcialidade em beneficio daquelles que podiam
conseguir casas no pittoresco arrabalde. Por fim, a permissão foi franca, com
grande gaudio dos “devotos” romeiros [22].
Festas de
Mattosinhos - A Opinião, n. 91, 29/05/1909
Promettem o maior brilhantismo os festejos do
Espirito Santo, a realizarem-se no prospero arraial de Mattosinhos, nos dias
29, 30 e 31 do cadente, e 1º de junho. Desde o dia 21 estão se effectuando no
templo dos carmelitas [23],
as novenas em louvor ao Espirito Santo. No dia 29, a banda Ribeiro Bastos, após
a novena, realizará passeiata pelas ruas da cidde, seguindo depois até
Mattosinhos. No dia 30, ás 8 ½ horas, haverá missa nesse arraial, por intenção
das pessoas que concorreram com esmolas para as festas. Ás 11 horas missa
solemne e á tarde Te Deum laudamus. Á
noite será queimado lindo fogo de artificio, do pyrotechnico N. Cinelli, de
Juiz de Fora. A 31 realizar-se-ha a festa do Senhor Bom Jesus, e será celebrada
missa ás dez horas. Á tarde, Te Deum
laudamus, havendo á noite vistoso fogo de artificio. No dia primeiro de
junho será a festa de Nossa Senhora da Conceição da Lapa. Missa cantada ás 11
horas e distribuição de veronicas, da Immacullada Conceição. Á tarde Te Deum laudamus e á noite, musica e
fogos. Abrilhantará as festividades desse dia a banda de musica do 51º Batalhão
de Caçadores, gentilmente cedida pelo sr. commandante da guarnição,
tenente-coronel Gustavo Sarahyba.
Festas de
Mattosinhos - A Opinião, n. 92, 02/06/1909
Com as solennidades, brilhantismo e animação de
todos os annos, correram os festejos em louvor ao Divino Espirito Santo, no
pittoresco arrabalde de Mattosinhos. Os trens da Oeste correram a pequenos
intervallos, conduzindo sempre grande numero de passageiros. Os festejos
religiosos obedeceram o programma que a comissão fez distribuição profusamente.
Durante as tres noites de festas foram queimados bellisimos fogos de
artificios, encommendados ao habil pyrotechnico de Juiz de Fóra, N. Cinelli.
Tornou-se digna de encomios a esforçada commissão promotora dos festejos, que
tão bello desempenho deu ao encargo que lhe foi commettido. O serviço de
embarque de passageiros deixou algo a desejar, havendo grande atropello todas
ás vezes que o povo pretendia chegar á “gare” , tanto em Mattosinhos como nesta
estação. Nesse sentido recebemos diversas reclamações, que registramos para que
de outra vez assim não aconteça.
Festa de
Mattosinhos – O Repórter, n. 114, 24/04/1910
Sabemos que este anno os festejos de Mattosinhos vão
ter mais brilho que nos annos anteriores. Os festeiros estão dispostos a
sacrificios afim de proporcionarem ao povo diversões de todo genero, ao lado
das festas de egreja, que serão realisadas com toda solemnidade. Haverá entre
as diversões de rua um cynematographo, armado no Largo e para o qual já estão
fazendo os necessarios preparativos. A Commissão das festas tem encontrado a
melhor boa vontade por parte do Major agente executivo, que prometteu dar o
auxilio da Camara, ao seu alcance e tambem do dr. F. Fonseca, socio gerente da
empresa de electrecidade, quem tambem dará meios para que haja profusão de luz
e do mais que for necessario e depender de electricidade.
(Nota sem
título) - O Repórter, n. l16, 01/05/1910
Os mesários das festas de Mattosinhos estão agindo
com o maior esforço e boa vontade, afim de que ellas se realisem com todo o
brilho. Além das funcções de cinematographo preparam outras diversões
populares, que certamente darão muito realce as festividades deste anno.
Mattosinhos - A Opinião, nº
ilegível, 11/06/1911
Realisaram-se
nos dias 4, 5, 6 e 7 do corrente, na capellinha do pittoresco arrabalde de Mattosinhos
as tradiccionaes festas em honra aos santos d’aquella encantadora
egrejinha.Como todos os annos, as festas correram admiravelmente bem, sendo
queimados vistosos fogos de artificio. Musica, barraquinhas, jaburús, pavunas,
roletas, pinguilim e o frio do estilo, contribuiram para que reinasse naquelle
grande largo, durante os festejos, a alegria e o contentamento. Houve, differente de outros
annos, mais um dia de festa que foi no dia 7. Agora que, perrunctoriamente
falámos das festas de Mattosinhos, voltemos nossas attenções para o serviço de
trens que tanto tem dado a falar a sociedade S. Joannense. O muito illustre
engenheiro dr. Cyriaco do Amaral, chefe do trafego, deve, com orgulho, estar
satisfeito, porque até esta data não nos consta ter havido um trabalho tão
correcto de trens, por occasião das festas de Mattosinhos.
Festa de
Mattosinhos - O Dia, n. 51, 18/05/1912
Deve ter começo no dia 26 do corrente as festas mais
populares que se fazem nesta cidade. O pittoresco arrabalde de Mattosinhos já
se prepara para receber a nossa população em peso, além dos romeiros que em
grande numero para aqui se dirigem nesta época, já estando sendo também
organisado o bello programma que os festeiros deste anno projectam pôr em
pratica alli. Como é sabido, entretanto, grandes despesas acarretam esses
festejos e por melhor vontade que tenham os que delles se acham encarregados,
de modo algum poderão dispensar auxilio do povo s.joanense, interessado em
manter sempre as suas tradições. Confiados nisso esperam os festeiros deste
anno o necessario auxilio de todas as classes para que mais uma vez e com o
costumado brilho, seja a festa de Mattosinhos condignamente celebrada no
poetico arrabalde de que tem o nome.
Festa de
Matosinhos - O Repórter, n. 317, l9/05/l9l2
Já se acha em impressão os programmas das festas de
Matosinhos (sic)[24],
que correrão animadas e com todo o brilhantismo, segundo o que está annunciado
e daremos no proximo numero.
Prosas - O Dia, n. 65, 23/05/1912
Quando eu era bem criança, antes da locomotiva,
atroando os ecos do Lenheiro, vi despertar nosso torrão apontando-lhe a senda
do progresso. Costumava passar um ou dois meses por anno em Mattosinhos, por
occasião das festas do nosso Senhor Bom Jesus de Mattosinhos. Nesse tempo ia-se
pelo Matola, passava-se perto do Matadouro Velho [25]
em plena capoeira, fazia-se escalla na Dona Rita da praia, uma boa velhinha que
morava num sobrado a meio do caminho e assentava-se um bocado no paredão da
ponte da Agua Limpa, antes de penetrar no arraial; chegando, a maior preocupação
era ir à procura das laranjas e dos limões que se obtinham, por dez reis de mel
coado, em muitas das bellas chácaras d’aquella abençoada terra. O melhor do
nosso era porém ir à chácara da Dona Carlota, comprar favos de mel, ... em
compensação obtinhamos licença para uma devassa em regra nos magnificos
morangos que bordavam os canteiros bem cuidados [26].
Depois vinham os dias de festas, o preparo previdente das barraquinhas de bambú
e pita, a animação do largo da igreja, se povoando do dia para a noite. As
casas subiam de preço, e não havia burguês que se prezasse que não tivesse
tomado em tempo a rua, pois era a nossa Petrópolis. Aberta a igreja para a
contemplação dos milagres, nós pressurosos, iamos nos quedar boquiabertos ante
às coisas espantosas realizadas em nome Senhor Bom Jesus de Mattosinhos, aqui
era um cavalleiro, cuja montaria, tomada do diabo, saltara por cima de um
abysmo e o homem se salvara de uma morte certa, invocando no momento supremo, o
nome milagroso; mais adiante era uma senhora muito temente a Deus e que
esgotados os recursos da ciência e desanimada pela paralysia completa que a
prostava no leito - resolvera-se a vir de longe implorar o milagre - e o
milagre se dera. Lá estavam e certo estão na Sachristia, os senquascerrados de
quadros, com suas pinturas ingenuamente rudes e os membros em cêra, contando
todas as boas acções do milagroso padroeiro. Com que gosto eu subia à torre
para assistir aos repiques do Heitor. Era infalível também a passeata do
pessoal festeiro, de charanga à frente, até a casa do Imperador do Divino. Já
se sabe, o grupo era numeroso... De uma feita foi meu avô o dito Imperador e eu
bem me lembro que fiquei atordoado com a algazarra d’aquella gente toda
entrando pela nossa casa aos gritos de “Viva o Coronel Imperador!!! E toque a
música!!! E o Imperador Coronel mandou logo uma creoula correr às pressas, à
dispensa e trazer de lá algumas dúzias de garrafas de bebidas... Bons tempos!
Sobretudo porque representavam para nós o que nunca mais há de voltar ... a quadra
da descuidosa e feliz meninice. Agora é recordá-la saudosa, revivê-la nos
filhos e mais tarde nos netos, se a vida chegar até a estes... “Salusto”
[27]
Festas de
Mattosinhos - O Repórter, n. 3l9, 26/05/1912
Começam hoje no pittoresco arrebalde de Mattosinhos
os tradicionaes festejos chamados do Divino Espirito Santo, mas que se estendem
tambem ao Senhor Bom Jesus e Nossa Senhora da Conceição da Lapa. Por isso é que
elles se prolongam por um espaço de 3 dias. Hoje, amanhã e depois de amanhã. O
programma é pomposo e anuncia esplendorosas festas, tanto ecclesiasticas, como
populares. A perspectiva do populoso arrabalde é já encantadora, não só pelo
movimento de povo como pelo numero de barracas, cada qual mais enfeitada, de
par com bellas exposições de mil bijouterias, jogos e rodas de fortuna e um sem
numero de diversões.
Festa de
Mattosinhos - Acção Social, 28/05/1912
Começaram ante-hontem conforme noticiamos, as
animadas festas de Mattosinhos, devendo terminar hoje, de accordo com o
programa organizado e profusamente espalhado na vespera do primeiro dia. O
pittoresco arrabalde tem estado repleto de innumeros romeiros da cidade e de
fóra, dando extraordinario brilho ao grande concurso do povo a afluencia de
distinctas familias e elegantes senhoritas. O historico arraial esta cheio de
divertimentos desde a barraca humilde do pequeno vendedor de doces á elegante e
humanitaria tombola das damas de caridade, diversos jogos; botequins,
carrussel, e o excellente cinema do Theatro Municipal em barracão artístico e
confortavel. Dentre as diversas peças que nos apresentou o grande artista
pyrotechnico, sr. Sinele, não podemos deixar de mencionar como admiraveis os
morteiros e o balão armado em guerra, este ultimo de um effeito e de uma arte
sorprehendentes, e que, por isso, foi muitissimo apreciado. O serviço de trens
da Oeste foi feito com a maxima regularidade, a despeito do grande numero de
passageiros que attingiram só no primeiro dia á elevada cifra de quatro mil, o
dobro seguramente dos que para alli se dirigiram a pé. A orchestra Ribeiro
Bastos, bem como a respectiva banda estiveram como sempre na medida dos seus
elevados creditos. Tivemos o prazer de ver ainda este anno o grande maestro
Martiniano, cuja existencia, para gloria nossa continua Deus a conservar.
Mattosinhos - O Repórter, n. 320, 30/05/1912
Com a animação prevista e o brilhantismo de sempre
realisaram-se os tradicionaes festejos de Mattosinhos. A affluencia de povo em
todos os 3 dias, quer nas solenidades da egreja, quer nos festejos populares, foi
enorme. Muita gente, muitos jogos e muita alegria.
As festas de
egreja constaram de missa cantada, no domingo do Espirito Santo, sermão pelo
nosso rev. parocho, monsenhor Gustavo Ernesto Coelho e Te Deum Laudamus. Na segunda-feira, festa do Senhor Bom Jesus,
houve missa com musica e á noite os mesmos actos do domingo, pregando o rev.
padre José de Oliveira Barreto. Na terça-feira, a de Nossa Senhora da Conceição
da Lapa, constou dos mesmos actos de segunda-feira, subindo ao pulpito, á
noite, antes do Te Deum, o monsenhor
José Pedro da C. Guimarães. A parte musical confiada á corporação “Ribeiro
Bastos” (orquestra e banda) esteve na altura dos creditos de que merecidamente
gosa. Os fogos estiveram excellentes. O
sr. Nicolau Sinelli, já conhecido nesta cidade como habil e perito
pyrotechnico, deu-nos este anno um belissimo fogo, variado e artistico, que
muito concorreu para o realce das tradicionaes e encantadoras festas de
Mattosinhos. Parabens aos srs. festeiros que tão bem se desempenharam dos
encargos que em boa hora, lhes foram confiados.
Festa de
Mattosinhos - O Dia, n. 202, 10/05/1913
Começam amanhã, com muita pompa, as tradicionaes
festas de Mattosinhos, tão apreciadas pelo nosso povo. Desejamos que, como nos
annos anteriores, tudo corra na melhor ordem e alegria.
Objecto
perdido - O
Repórter, n. 34, 18/05/1913
Em Mattosinhos, durante as festas um broche
(alfinete) de ouro com pequeno esmalte, cestinha e pequena pedra de cereja.
Quem encontrar, pode entregar nesta typographia que será gratificado.
(Nota s/
título) - O Repórter, n. 133, 04/06/1914
Perdeu-se no trajecto de Matthosinhos a esta cidade
um anel de ouro com uma turmalina e dois brilhantes; quem achar e trouxer á
nossa redacção será bem gratificado [28].
(Nota s/
título) - Reforma, n. 10, 09/06/1914
Esteve em Mattosinhos, durante os ultimos
trez dias das festas tradicionaes que ahi se fazem na Paschoa do Espirito
Santo, o representante da Cerveja Germania, sr. Manoel José da Silva, em
propaganda do producto da fabrica. Fez
larga distribuição gratuita de sua cerveja que era annunciada pelo vasto largo,
apinhado de povo, por homens vestidos de fardamento de reclame. (Etc.) [29].
Festa de
Mattosinhos – A Tribuna, n. 40, 18/04/1915
(Inicia o texto enaltecendo o mês de maio)... Por
esse tempo, teremos, tambem, as tracionaes e alegres festas de Mattosinhos, que
durante 3 dias fazem o encanto dos s.joannenses, que em romaria seguem para o
pittoresco arrabalde da nossa velha, mas adeantada cidade, a fim de
participarem dos mil attractivos que lhes offerece e proporciona a popular
festividade. (Clama às autoridades que o Pavilhão do Bicentenário estivesse em
pleno funcionamento por ocasião da festa...) ostentando offuscante illuminação,
galhardamente embandeirado, recebendo as exmas familias, bellas e gentis
senhoritas, de onde melhor e mais commodamente apreciarão o desenrolar das
pomposas e alacres festas. Si houver
empenho por parte dos festeiros, o que é de se esperar, as deste anno deixarão
uma pagina de destaque na historia das festas de Mattosinhos.
Festa de
Mattosinhos - A Tribuna, 30/05/1915
Correram animadissimas as festas de Mattosinhos,
este anno. A concorrencia foi enorme e grande o numero de barracas, tendo sido
tambem aproveitado o pavilhão do bicentenario, onde funcionaram a Confeitaria
Faleiro e os Fantoches do mestre Isaias [30].
As solemnidades na egreja tiveram grande realce e affluencia de fieis, tocando
a excellente orchestra Ribeiro Bastos. No domingo, durante o dia, houve no
Athletic Club, uma animada festa sportiva, dedicada ao dr. Agostinho Porto,
director da Oeste, a qual teve numerosa concorrencia. Á noite, no seu coreto
proprio, tocou a popular banda Ribeiro Bastos, sob a regencia do seu regente
sr. José Borges. A praça estava illuminada e enfeitada. No ultimo dia houve no
Pavilhão, promovido pelo sr. Durval Lacerda, um baile, que, infelizmente, não
sabemos porque, correu desanimado, com pouca concorrencia, devido, talvez, ao
cansaço das moças com as festas. A festa de Mattosinhos, infelizmente, vae
perdendo aquella encantadora feição burgueza de que out’rora se revestia e que
tanta poesia lhe dava. Este anno notamos-lhe, com pezar, certo ar
aristocratico. Achamos tambem que o cinema, escurecendo grande extensão do
largo, entristeceu muito os festejos causando má impressão a todos. É digna de
elogios a administração da Oeste, pelo modo correcto com que correram os trens
sem o menor facto desagradável a se registrar.
Festa de
Mattosinhos - A Tribuna, n. 97, 14/05/1916
Há epochas que jamais se esquecem, por ficarem
impressas em nossa memoria com caracteres indeleveis; taes são aquellas em que
gozamos alguma felicidade e que deixa-nos uma saudosa recordação, que tantas
vezes vem distrahir-nos no meio das attribulações da existência, como um
pensamento consolador, no auge do tormento, ou como uma gotta de orvalho na
aridez do deserto. Emoções há tão duradouras que se renovam a cada instante
como as que sentimos quando passamos apreciaveis momentos. Revelar o que
experimentamos quando somos felizes, talvez pareça uma profanação da ventura
que gozamos; muitos pensam que o prazer deve ser ignorado para conservar toda a
sua poesia. Enganam-se quando o coração nos transborda de alegria devemos a
todos comunica-la; é justamente o que acontece a todo o são joanense quando se
approxima a epocha em que se realizam os tradiccionaes festejos de Mattosinhos.
Durante tres dias a cidade se despeja toda para o pittoresco arrabalde, e é de
ver-se como se engalana o largo para receber os romeiros que alli aportam ás
centenas e aos milhares. É um reboliço alegre, uma confusão agradavel, quasi um
ondeamento; são moçoilas de toilletes leves, sobraçando “manteux” , num frufru
de saias roçagantes, são rapazes alegres e joviaes, soltando gargalhadas numa
claridade indescriptível; são matronas respeitáveis levando os cirios de
exvotos; são homens de toda a edade, sisudos e encapotados, que tomam parte
nesta romagem piedosa e que se dirigem para a bella capellinha onde se acha o
meigo nazareno de braços abertos, na atitude de quem a todos acolhe com um
amplexo paternal; feita a visita e deixada a esmola no gasophylacio, voltam
todos aos folguedos de rua, que de ordinario constam de mil jogos
differentes.Alli todos são tentados pelo demonio do jogo; joga o velho e o
moço; o rico e o pobre; a dama e o cavalheiro, todos na mais intima
cordialidade; disfarçadamente o chefe de familia vai se abeirando no panno
verde, compra fixas e faz a sua fésinha num numero ou no esguincho; a madama
arrisca uns tostões no jaburú; a rapasiada se distrae na campista e na
vermelhinha, enquanto as senhoritas chupam balas e confeitos e os pintalegretes
e fuinhas vão arrastando-lhes a aza; os molecotes de pernas escanchadas
attentam ao buzio e os glutões se empanturram de empadinhas e pasteis pelos
botequins que coalham o largo com suas bandeiras coloridas e enfeites
berrantes; mil girandolas caracolam e estrugem nos ares, as peças de artificio
circunvolam nos postes e os foguetões lacrimejam nas alturas; em artistico
coreto excellente banda executa lindas peças de harmonia e festivas marchas,
cujos sons se confundem com o silvar da locomotiva chamando o povo a regressar
á cidade que a esta hora se acha sepultada em profundo silencio. Agora é que
sentimos o frio a engelar-nos os membros e tiritando nos valemos de bons
capotes; a onda tumultuosa que coleou o largo, rindo, folgando e rufando
pandeiretas, regressa aos lares com saudades dos felizes momentos em que
esqueceu os dissabores e desillusões da vida, que só nos deixa um fremito de
pesar e magua. Cumpre por isso que ao menos nesses tres dias desappareça a
tristeza, sendo substituida pelo clarão vivo e luminoso das alegrias, do
prazer, do jubilo.
Festa de
Mattosinhos - A Tribuna, n. 98, 21/05/1916
Os encarregados de promoverem a tradiccional festa
de Mattosinhos estão envidando esforços para em nada desmerecer á dos annos
tranzactos. Tanto os actos da egreja como os do largo terão grande realce. Os
fogos que serão queimados todos os tres dias vem de Nitheroy, cujo pyrotechnico
gosa de justa fama, tal o extraordinario valor de seus trabalhos. Que os srs.
mesarios não deixem de organizar outros divertimentos interessantes são nossos
desejos.
Roubo - Reforma, n. 24, 15/06/1916
Na noite de 11, gatunos favorecidos pela
circunstancia de encontrar-se a cidade deserta, visto realizarem-se as festas
de Mattosinhos para onde concorre sempre a cidade em peso, penetraram na casa
do pharmaceutico Snr. Sebastião Banho onde fizeram uma colheita rica [31].
Festas de
Mattosinhos
- Reforma, n. 24, 15/06/1916
Realisaram-se nos dias 11, 12 e 13 as tradicionaes festas
do Espirito Santo, tanto as religiosas como as populares, na Igreja do Bom
Jesus de Mattosinhos e Praça Chagas Doria respectivamente. O magnifico programa
que os diversos festeiros organizaram e que foi profusamente distribuido com
antecedencia, teve completa execução. Aos festejos populares na praça,
ornamentada a capricho e illuminada a luz electrica, coberta de variedade de
barraquinhas, concorreu quase que a população toda de S. João, como é costume,
reinando alegria franca e não havendo a menor perturbação da ordem, o que abona
por completo o espirito deste povo, pacifico por indole e por tradições.
Procurando os jogos contra os quaes o snr. Dr. Chefe de Policia tanto se
insurgio, não vimos, jogo da cabra cega, jogo de empurra, jogo da bisca, do truco,
do dominó, do vispora, de espirito, etc., etc. Na nossa carreira de
investigação, porem, fomos detidos junto de um jogo que absorvia e empolgava.
Jogava-se o obulo da caridade em avelludadas bolsas trazidas por senhoras e
senhoritas de todas as classes da nossa sociedade, em um affan admiravel de
avolumarem a alva onde se recolhia o producto da kermesse organisada em
beneficio da maternidade annexa á Santa Casa de Misericordia. Era
extraordinario o numero de prendas reunidas, muitas de valor, entre as quaes,
como uma nota bellisima viam se uma prenda offerecida por Madame Wencesláo Braz
e um cheque de dinheiro offerecido pelo sr. Dr. Delfim Moreira, Presidente do
Estado. A renda em favor da maternidade subio muito de 3 contos de reis. Como
nos interessou o bello gesto da kermesse e como mereceram admiração os que
concorreram para o humanitario fim! E como foi grato vermos reunidos na mais
harmoniosa confraternisação do bem a esposa do Presidente da Republica, o
Presidente do Estado e representantes de cada uma das cathegorias sociaes! [32].
(...) Parabéns calorosos aos que promoveram todas as festas deste anno as quaes
os recommendam e a nós deixaram saudades.
Festa de
Mattosinhos - Acção Social, n. 66, 18/06/1916
Correram com grande animação em numerosissima
concurrencia de povo as tradiccionaes festividades deste arrabalde. Mais uma
vez ficou provado o espirito ordeiro deste povo, pois em cousa nenhuma foi
necessaria a intervenção da policia.
Festas de
Mattosinhos
- A Tribuna, n. 148, 06/05/1917
Cada vez mais se vão tornando animadissimos os
preparativos para a festa de N. Senhor de Mattosinhos neste anno. Parece haver
novidades em fogos, muita illuminação e boa musica por duas bandas collocadas
no largo. Por essa occasião será realizada uma kermesse em beneficio da escola
de meninos pobres do populoso bairro das Fabricas, para cujo certamen de
caridade foi constituida uma commissão composta das distinctas senhoras: D.
Maria Botelho de Andrade, presidente; D. Augusta da Costa Moreira,
vice-presidente; D. Elzi Guadalupe Ferreira, secretaria; D. Antonia Penna Fiel,
thesoureira e D. Maria Vasconcellos Guimarães, procuradora.
Festa de
Mattosinhos - Acção Social, n. 112, 06/05/1917
Parece que este anno revestirão mais uma vez de
grande solemnidade os tradicionaes festejos no prospero bairro de Mattosinhos.
Os festeiros preparam-se desde já para organisar um bello programma das festas.
Estando a frente desses festejos os nossos distinctos amigos João Evangelista
Pequeno e João Francisco Nogueira, só teremos a esperar optimas festas animadas
pelos sentimentos nobres de seu espirito catholico.
Festa de
Mattosinhos - Acção Social, n. 114, 20/05/1917
Foi largamente espalhado n’esta cidade, soberbo
programma das Festas de Mattosinhos, promovidas pelos srs. João Evangelista
Pequeno, João Francisco Nogueira, Teophilo Rodrigues, Eduardo Santos e Arthur
Lins. Mais uma vez teremos a satisfação de assistirmos essa festividade, tão
tradicional em nossa cidade. O programma foi primorosamente organisado e nada
deixa a desejar. A parte do culto interno está organisada de forma a contentar
os espirito mais exigentes em questão de religião, estando confiado ao Exmo.
Monsenhor Gustavo, nosso distincto vigario e illustre tribuno sacro o
importante sermão “Divino Espirito Santo” que certamente mais uma vez
dissertará com a sua acostumada eloquencia sobre a magnanimidade do assumpto.
Os outros sermões do Senhor Bom Jesus e Nossa Senhora da Conceição da Lapa
estão confiados ao distincto Monsenhor José Pedro da Costa Guimarães, illustrado
orador sacro que certamente fará tudo para agradar aos romeiros do Bom Jesus. A
parte musical do culto interno está confiado a eximia Orchestra Ribeiro Bastos
regida pelo distincto musicista João Evangelista Pequeno, que continua a manter
a mesma ordem e harmonia dessa affamada orchestra fundada pelo nosso saudoso e
immortal Ribeiro Bastos [33].
N’esta festividade ha uma tradicção original, e é que no dia do Divino Espirito
Santo os fieis affluem ao templo para receber o pão do Divino, ou vulgarmente o
“pãosinho bento”, e seria romper uma tradicção quasi que sagrada se faltasse
este anno o pãosinho do Divino. Os festejos externos estão organisados com
muito capricho e promettem realçar muito n’essa festividade. Tocarão as duas
Bandas Ribeiro Bastos, compostas de excellentes musicos que muito se esforçarão
para apresentar ao publico peças de grande harmonia e difficil execução.
Esperamos com anciedade esses festejos para melhor fazermos a nossa apreciação.
Tauromachia - A Nota, n. 17, 26/05/1917
Realizar-se-á, amanhã, ás 2 h em Mattosinhos, uma
esplendida corrida de touros.A funcção tauromachica de amanhã será dirigida
pelo destemido José Valle, el Marquesito, “espada” de fama, terrivel matador de novilhos, rival dos mais corajosos
“toreros” de Sevilha, Toledo e Granada. Da “quadrilha” tambem faz parte o
celebre pegador José Aragão, cujo “muque” nada fica a dever ao do Maciste. Na
tourada de amanhã serão lidadas quatro bravias rezes e todas ellas serão
subjugadas pelos pulsos herculeos do Aragão. El Marquesito pede-nos declaremos
que para conter os “aficionados” de amanhã, o redondel passou por uma grande
transformação. Amanhã, ás 2h; no redondel, em Mattosinhos! “A los toros!” [34]
Festa de
Mattosinhos
- A Tribuna, n. 151, 27/05/1917
Obedecendo ao que dita o programma, profusamente
divulgado, terá logar, hoje, o inicio das Festas de Mattosinhos. O afan que se
nota na praça fronteira á capella, construindo-se barracas, coretos,
augmentando-se a illuminação, collocando galhardetes, etc., é de modo a
esperar-se que ainda este anno, os tradicionaes festejos do Senhor de
Mattosinhos se revestirá da habitual attracção. A parte pyrotechnica foi
entregue ao sr. Vicente Minoboli, habil profissional de Juiz de Fora, cujos
trabalhos são elogiados; a musical á orchestra Ribeiro Bastos e ás duas bandas
que tem o mesmo nome, as quaes funccionarão revezando-se ora uma, ora outra. Os
actos internos serão praticados de accordo com o cerimonial da Egreja
Catholica.
A festa de
Mattosinhos: muita jogatina e... pouca religião. _ Todos ganham!... - A Nota, n.22, 28/05/1917
Chegou afinal, o primeiro dia da grande festa de
Mattosinhos, a festa querida dos são joannenses. A cidade tradiccionalmente
catholica movimenta-se toda do “Betume” ao “Quicumby” [35];
reveste-se de gala, e o povo, todo este catholico, se abala em direcção a
Mattosinhos, a grande praça em que regorgita o povo, em que rodopiam as
machinas de azar e em que saltita, inconstante e ladra a bolinha branca das
roletas que attrahem, seduzem, limpam e desgraçam quase sempre! Primeiro dia.
Tambem nós fomos ver a grande festa; tambem nós fomos visitar o meigo e stoico
Senhor Bom Jesus de Mattosinhos e notar aquelles que tambem o iam visitar. E
notámos bem. A egreja estava cheia: era a massa, era a plebe, era o “Zé Povo”
como vulgarmente dizem. Os contemplados da sorte, aquelles que não precisam de
uma oraçãosinha ao Jesus, confundiam-se ás voltas entre as roletas, jaburús e
toda jogatina legalmente estabelecida. O pavilhão do “Bi-Centenário”,
convertido na mais ampla casa de jogos, provava bem o nosso progresso nesses
duzentos annos passados! ... Quase todos os banqueiros são forasteiros
attrahidos pela popularidade de que gosa a festa lá fora. E todos ganhavam. Não
ha banqueiro que perca, o que equivale dizer que a festa faz desviar da praça
muito dinheiro, carregado pelos banqueiros de fóra. Mas não tem que ver; a
festa é mesmo do jogo: todos vem que só banqueiros ganham, e, entretanto, alli
estão, presos ao panno, olhos desmedidamente abertos, mãos tremulas, á espera
que a bolinha teimosa marque o numero desejado. Ás vezes marca, porém sempre
para os banqueiros. Os “torpedos” estavam na mais franca actividade, o que
obrigava aos “perneiras” a verdadeiras manobras tacticas para porem a salvo o
magro dinheirinho perdido nas dobras das algibeiras. Deixando de lado a
jogatina, que occupava toda a multidão, de fieis devotos, fomos visitar as pensões, “restaurants”, cafes,
“grutas” e etc. que este anno, mais que nos anteriores, se estabeleceram por toda
a praça. As mais importantes são filiaes das casas de comida daqui. O
“restaurant” do Motta, da “Gruta sanjoanense”, está bem installado: come-se e
bebe-se do bom e do melhor. Um pouco proxima está a casa do snr. Theodoro,
aquelle negociante da “Casa S.José”, mesmo na esquina da Praça. Entrávamos.
Movimento regular. Uma respeitavel familia pede chocolate com pasteis. Accode
um “garçom” com cara envolvida num immundo lenço: _ Pasteis não hão. Temos
chocolate e bolos. Pequena indecisão, consultas intimas, e a familia acceita.
Vem o chocolate, que, ao ser posto na chicara attrahe a nossa attenção. Uma
verdadeira mistura de cafe com leite e chocolate, ou cousa ainda peior.
Sobrenadava o pó de café em quantidade. Até, tivemos curiosidade de provar
aquella porca preparação... e provamos. _ Arre! que teu chocolate é de má
qualidade, dissemos ao garçom, verdadeiramente intragavel, sujo mesmo! Riu-se o
“garçom” da nossa franqueza e estendeu a mão avida para apanhar os tostões que
lhe estendiamos. A familia que nos referimos só provou o “chocolate” , tocando
muito de leve na chicara. Tambem, não podia ser por menos. Pediram o preço,
pagaram, e o “garçom”, com cara de estupido, alli ficou a olhar para as
chicaras sem comprehender porque os freguezes não tinham tomado o chocolate.
Pedimos o nome do dono da casa e sahimos verdadeiramente... com o tal snr.
Theodoro, cuja casa apontamos aos “apreciadores” de chocolate. Os automoveis
cruzavam-se. Tomámos um.
_ Quanto é a corrida á cidade?
_ Cinco mil réis. A gazolina está caríssima.
_ Tóca, então.
E o “chauffeur” tocou. Era o auto dos Snrs. Daldegan
& Irmãos. Desprendia uma fumarada horrivel. Era kerosene puro. E o esperto
do “chauffeur” cobrou-nos gazolina e carissima. O carro não andava quasi. Quasi
asphixiados desembarcamos mandando para o diabo o tal auto a kerosene.
(Nota sem
título) - A Nota, n. 22, 28/05/1917
Para assistir ás festas de Mattosinhos, chegou de
Juiz de Fóra o Sr. Antonio Guerra, trazendo em sua companhia o Sr. Nestor
Barbosa, seu particular amigo.
As festas em
Mattosinhos - Acção Social, n. 116, 03/06/1917
Nestes como em todos os annos foi a festa de
Mattosinhos consagrada parte integrante dos costumes são joannenses. Tudo
contribue para que ella se revista de um tom alegre e prazenteiro: desde o
respeitável fervor religioso que alli leva os fieis, até a distracção unica que
offerecem o trajecto, o largo da egreja, a ornamentação, etc.; uma barraca
aqui, outra acolá, invocando muitas dellas a caridade como apanagio da alma são
joannense, apregoada pelos cartões que conduzem ás kermesses das Damas de
Caridade, S. Vicente de Paula e outras tantas. A festa de Mattosinhos tem a
propriedade de nos apresentar á vista do forasteiro, como cidade eminentemente
pacifica de boa indole e educada. Parece incrivel que no “fervert opus” onde se
confundem milhares de temperamentos, a nossa policia possa estar despreoccupada
das funcções, como a realidade nos demonstra, pois, não ha barulhos, salvo uma
ou outra altercação provocada pelos antidotos do frio, segundo os “entendidos”e
que se resolve isoladamente - nada de delegacia. Pelo menos foi o que
presenceamos nas horas de mais intenso movimento. Da boa ordem da festa devemos
algo a administração da estrada de ferro, pelo modo correcto e pratico com que
resolve annualmente o embarque e desembarque dos romeiros. Neste anno, de
preferencia, notamos, que além da boa ordem no serviço e lhaneza dos
empregados, os quarenta e dois trens que correram em cada dia, correspondiam
optimamente á frequencia dos passageiros sem atropelo e sem prejuízo de
material. E não é pouco em se tratando de consultar interesses e opiniões de
cerca de 11.000 passageiros. Espalham-se nesses dias, pelo pittoresco
arrebalde, mesas de doces, cafés, restaurantes, enfim, tudo que possa consultar
do paladar mais acurado ao mais extravagante. E são bem correspondidos os seus
proprietarios. Todos se inculcam o “preferido” dentre os muitos existentes e
como tal proclamam a aceitação do producto atravéz a excellencia do negocio.
Durante os dias de festas, as ceremonias religiosas cingiram-se ao annuncio de
antemão distribuindo, concorrendo excessiva frequencia. A parte musical esteve
a cargo das corporações Ribeiro Bastos, sendo que a orchestra executou
magistralmente os trechos apropriados além das “missas” e “Te-Deuns” de autores
celebres. Por sua vez as bandas, no Largo, se revesavam em custosas partituras
na disputa de admiração que bem mereceram. Parabéns aos dignos festeiros.
Inicia-se amanhã, com a animação costumeira, a
atrahente e pitoresca Festa de Mattosinhos. Para focalizar-lhe as nuances, os
mais interessantes, lá estarão, sempre abertas, a objectiva, indiscreta da
nossa Premo e os lapis adelgaçados
dos nossos caricaturistas ... [37]
Aranha Humana – Minas-jornal (mesma edição anterior)
Será
exhibida em Mattosinhos, durante os dias de festa, esse original arranjo que
segundo nos affirmou um nosso amigo vindo há pouco do Rio onde teve occasião de
aprecial-o, é de sensação.
Diversões – Minas-jornal (idem)
Domingo, segunda e terça-feira, por causa da Festa
de Mattosinhos não haverá sessões cinematographicas [38].
Festa de
Mattozinhos
– Minas-jornal (ibidem) [39]
Grandioso
sucesso! Prodigioso sem igual. Vejam a assombrosa aranha com cabeça de um corpo
humano, que falla, ri, chora e assobia. Entrada ... 1$000. Creanças de 5 a 10
annos $500. Secções continuas. Verdadeiro assombro!
Mattosinhos - Acção Social, n. 166, 26/05/1918
Com a solemnidade de sempre realisaram-se este anno
as pomposas festividades, ás quaes toda a cidade acorre n’uma purissima
demonstração de devotamento aos patronos das festas que alli se realisam, ao
Bom Jesus de Mattosinhos, Divino Espirito Santo e Nossa Senhora da Conceição da
Lapa, trindade maravilhosa, que arrasta milhares de corações piedosos e que sob
o impulso de fervorosa prece tanto concede, e milagres faz. As festas obedecem
o programma previamente distribuido, havendo a se salientar a pericia de sua
execução.
Como sempre, cabe á orchestra Ribeiro Bastos grande
parte do brilhantismo nas festividades em que toma parte, offerecendo as festas
em Mattosinhos este anno, precioso ensejo que isso se verificasse. Foi
irrepreensivel o serviço de trens na estrada de ferro, n’um movimento de cerca
de 25.000 embarques, entre as idas e voltas da cidade ao aprazivel suburbio,
não houve um accidente, uma reclamação seria que se pudesse registrar. A
aceitação que tiveram as kermesses de caridade, nos dias da festa, orgulha-nos
sobremaneira. E assim passaram as festas de Mattosinhos.
O Crime de
Mattosinhos: o ignobil e revoltante assassinato - Notas - A Tribuna, n. 204, 26/05/1918
A festa do Espirito Santo em Mattosinhos, de
realização tradicional, aqui constitue um acontecimento de frisante nota em a
vida são-joannense. Para assistir os festejos acorre gente de todas as partes e
a população local aguarda anciosa o advento da romaria, que despedida já hoje
de certa feição poetica de que se revestia, inda é inegavelmente uma das mais
caras diversões do nosso povo. De todo o grande, anarchico, rumorejante
movimento da festa, resaltava uma nota mui grata aos corações bem formados: no
mais insignificante ponto a ordem publica não era alterada. Quando muito, uma
ou outra occurrencia policial; cousa de maior importancia, jamais. Este anno,
infelizmente, a festa maculou-se com um jorro de sangue, fluido do coração de
uma inditosa victima do mais brutal e descabido dos assassinios. Figuram, como
protagonistas, no luctuoso sucesso, um bandido da mais baixa estofa, vagabundo
de profissão, a que elle accumuláva a de caften,
uma infeliz decahida que, ligando-se ao monstro, enojada, mais tarde, do
desprezivel companheiro, tombara na prostituição com o beneplacito do marido,
que estimava menos a dignidade propria do que um punhado de oiro, e um moço
desavizado, arrastado pelo ardor da edade a uma ligação de todo o ponto
reprovada e inconveniente. Eis o facto em suas palavras: Anna Cesaria (Nininha)
casada com Ernesto Rangel, era amante de Waldemar Coelho, depois de passar por
uma serie de infidelidades conjugaes, que o marido não ignorava, recebendo
mesmo parte dos lucros do indigno mercado. Parece que os proventes escassearam
e Rangel, de ha muito se separara da mulher. Escrevia-lhe porem, ameaçando-a e
promettendo matal-a e ao amante da occasião. Em Mattosinhos, ao segundo dia de
festa, achava-se Nininha – que tinha no rosto, de continuo, estampado um ar da
mais deslavada desfaçatez – conversando com Waldemar, quando é este aggredido
por Ernesto Rangel, que lhe vibra certeira punhalada no coração, evadindo-se em
seguida, sem que alguem lhe detivesse os passos. O moço ferido sahiu
cambaleante, indo tombar em agonia que durou breves instantes, no meio da
praça, sendo logo acudido por Frei Candido Wrooman que se achava proximo do
local onde Waldemar cahira e lhe prestou os socorros espirituaes possiveis na
emergencia. Assim, a alegria da festa tarjou-se de negro, prendendo a todos o
sentimento de profundo dó pela desdicta de Waldemar e de revolta pelo nojento
assassino, uma verdadeira besta, de alma povoada pelos mais despresiveis
sentimentos. O pesar, que se derramou por toda aquella immensa molle de povo,
mais pungente se tornou para aquelles, aos quaes foi dado ver a exaltação
dolorosa, a inominavel afflição da progenitora do morto á vista da fatalidade
que desabava tão duramente sobre seu affecto maternal. O assassino entregou-se
á prisão e já tiveram inicio as primeiras providencias processuaes, tendo sido
colhidos os depoimentos do assassino, de sua mulher e de uma testemunha [40].
(Nota s/
título) - A Tribuna, n. 204, 26/05/1918
Correram com alguma animação as festas de
Mattosinhos este anno. Foi notada, porém, a falta de fogos de artificio, que
muita graça dão a essas festividades. Pena é que não se procure dar mais vida e
alegria ás nossas festas de Mattosinhos. Há ali kermesse, solemnidades
religiosas, jogo, e povo andando sem destino de um para outro lado, com a
physionomia carregada; mas festa propriamente não se pode affirmar que exista.
O tradicional páo de sebo e os fogos, que tanto encanto davam a Mattosinhos,
este anno foram suprimidos. Para o anno os festeiros deverão arranjar mais
musica, que seja alegre, bailes publicos, batalhas de confetti, fogos, páo de
sebo, enfim coisas que façam vibrar e que divirtam. Os trens da Oeste, nos tres
dias, transportaram cerca de 13.192 passageiros, rendendo 3:957$600 [41].
O serviço dos trens correu com muita ordem; apenas no ponto de embarque, em
Chagas Doria, era grande a balburdia de povo, na ancia de tomar os trens. É de
se esperar, no entanto, que a directoria da Oeste, para o anno, tome uma
providencia que evite aquellas scenas desagradaveis.
Pelas Egrejas - A Tribuna, n. 255,
18/05/1919
Por nosso intermedio informa os actuaes festeiros de
Mattosinhos não ser verdade que este anno não se fará a tradiccional festa do
Divino Espirito Santo.
Festas de
Mattosinhos - Acção Social, n. 215, 20/05/1919
Neste como nos demaes annos realisar-se-ão no
aprazivel arrabalde de Mattosinhos as festividades do costume. Durante os dias
da festa correrão os trens fornecidos pela administração da Estrada, não
procedendo, portanto, as noticias que correram pela cidade de que a ponte
provisoria que travessa o Agua Limpa era obstaculo para o trafego desses trens.
(Nota
s/título) –
Minas-jornal, n. 110, 07/06/1919
Inicia-se amanhã a popular Festa de Mattosinhos.
Este anno, devido á salutar campanha policial de saneamento, não haverá, malgré tout, jogo no tríduo festivo. Tal
medida prophylactica desagradou a muita gente boa afeita, de há muito, ás
emoções da roleta... Mas, felizmente, a policia resolveu levar a coisa a serio:
não haverá jogo. Há quem, á falta de outro, traga sempre á baila, á guisa de
argumento, o facto de nos annos anteriores campear alli a jogatina do modo mais
infrene: - onde se esquecem do que o facto de se haver infrigido algumas vezes
uma disposição do codigo penal, não importa, em absoluto, na obrigação de
persistir-se no não cumprimento dessa disposição legal. O jogo, por ter sido
permittido nos annos anteriores, pela complacencia criminosa da policia, não
deixou de ser uma illegalidade, incursa no Codigo Penal. Antigamente, conforme
asseveram pessoas anciãs, realizavam-se os festejos de Mattosinhos sem o mais
leve signal de jogo. Faziam-se Cavalhadas e mil outros divertimentos que punham
boquiabertos os indigenas, mas nada de pano verde, sem vislumbre de batotas. Ha
uns vinte annos, mais ou menos [42],
é que se introduziu o regimem da jogatina, fazendo-se d’aquillo uma feira de
toda especie de jogos, destinada a afanar quanto banqueiro se lembrasse de
aportar alli para debulhar os habitués.
Graças porém á acção benefica do Dr. Alvaro Bastos, não reinarão este anno os
batoteiros.
(Nota s/
título) – Minas-jornal, n. 111, 10/06/1919
Sem jogo, absolutamente isenta de pannos verdes,
escoou-se a Festa de Mattozinhos. Durante o triduo festivo foi enorme a
concurrencia do povo que affluiu ao pinturesco arrabalde. A festa, como sempre,
nada teve de interessante: consistiu em uma especie de retreta, com duas bandas
de musica e, lá de vez em quando, mal focada e trepidante, uma fita
cinematographica. As kermesses estiveram bastante freqüentadas, não o bastante
notar-se, á primeira inspecção, a “sobriedade de premios passaveis.” Deu uma
nota funebre, a falta de illuminação do, “Pavilhão”.
(Nota s/
título) - A Tribuna, n. 258, 08/06/1919
Após ter sido realizado na egreja matriz desta
cidade o novenario que precede á tradicional festividade do Senhor Bom Jesus de
Mattosinhos terão inicio hoje os actos que terão logar na sua respectiva
capella, os quaes se extendem até depois de amanhã. A animação que desde dias
atraz se nota nas adjacencias da sympathica ermida, pelo numero de barraquinhas
garridas que se levantam prova que ainda não se arrefeceu essa tradicionalidade
de nossa terra. Duas bandas de musica tocarão na praça fronteira á egreja –
“Philarmonica A. Theodoro” e “Baptista Lopes”. A estrada “Oeste” fará, com a
costumada regularidade, os trens especiaes.
Festa de
Mattosinhos - Acção Social, n.
265, 19/05/20
O povo prepara-se, no mesmo afan de todos os annos,
para a festa de Mattosinhos, de remota tradicionalidade para a terra são joanense,
a qual se realizará domingo, segunda e terça proximas. As classicas
barraquinhas já se erguem; movimento outro se vae notando no bairro de Chagas
Doria ou Mattosinhos, o seu nome antigo.
Festa de
Mattosinhos - Acção Social, n.
267, 26/05/20
Em nada desmereceu a Festa de Mattosinhos, no
tocante á concurrencia de romeiros. Os trens trafegaram sempre cheios,
notadamente no ultimo dia, terça feira, em que maior foi o acumulo de povo que
se dirigiu para ali. Não foram consentidas barracas de jogos, em compensação
ergueram varias de ação humanitaria e uma em beneficio do Diario Catholico, as quaes estiveram sempre movimentadas.
Felizmente não tivemos o minimo facto desagradavel a registrar, apezar da
enorme massa de povo que se apinhava na praça fronteira á ermida de N. Senhor
de Mattosinhos.
Festa de
Mattosinhos - O São João d’El-Rey, n. 11, 27/05/1920
Realizaram-se nos dias 23, 24 e 25 deste as
tradicionaes festividades de Mattosinhos. Durante esses dias correram
constantemente entre esta cidade e o pittoresco arrabalde trens especiaes,
sendo como nos annos anteriores, grande a affluencia de povo [43].
[2]- Em 1879 o mesmo jornal publicou anúncio com
texto idêntico, exceto por não citar o nome do procurador dos pobres e por
terem mudado o procurador da festa (Francisco Tiburcio Dias Carneiro) e o
orador (Joaquim Maximo da Rocha Pinto).
[3]-Título de baronato concedido ao sr. Belisário
Augusto de Oliveira Pena, datado de 11/12/1872.
Referendado por João Alfredo Correia de Oliveira, foi concedido no
Palácio do Rio de Janeiro. Fonte: Anuário
do Museu Imperial. Petrópolis: Ministério da Educação e Saúde, 1945. p.55.
[5]- Nesse ano, o programa do Bom Jesus e da Senhora
da Lapa foram publicados em separado, sem novidade alguma. Os respectivos
procuradores da festa foram: Antônio Pereira da Cunha e João José Lopes.
[7] - Disse que a cavalhada era divertimento novo
para a maior parte das pessoas do lugar, porque de fato, elas estavam
desativadas na cidade há bastante tempo. Além do Pentecostes, mandava a
tradição, sobretudo setecentista, representar as cavalhadas no Largo de São
Francisco, onde se fazia o curro por ocasiões cívicas.
[8] - A dita desordem, informa a mesma edição, foi
uma briga que deixou vários feridos, sendo três em estado grave. Atribuiu-se a
confusão à falta de policiamento.
[9]- Esta nota foi repetida na edição deste jornal,
do dia 30. A citada companhia anunciava-se com o nome de Circo Pery, “Companhia Equestre Gymnastica e acrobatica
Luzo-brazileira, sob a direção de Laureado artista bazileiro Manoel Pery.”
Contava também com um bufão, o “jocoso
Polydoro que de dia em dia augmenta o seu vasto repertorio de bôas pilherias,
trazendo o publico sempre em constante hilaridade.” As companhias eqüestres
eram muito queridas. Uma delas, a de João Pierre & Irmão, no ano de 1901,
obteve da câmara, pela resolução de 28 de junho daquele ano, a dispensa do
pagamento de licença, pelo espetáculo que realizara em 02 de abril, em
benefício da igreja do Rosário (O
Combate, n.87, 13/08/1901).
[10] - O Maestro Luiz Batista Lopes (1854-1907), era
também pintor e escultor, além de ser diretor da Orquestra Lira Sanjoanense.
Nomina uma rua, no Bairro Tijuco. Era conhecida outrora por Rua das Flores,
nome oficialmente mudado em 1938, embora muita gente ainda a chame assim.
[11] - O Cônego Nunan, depois promovido a Monsenhor,
faleceu em 14/03/1899, de síncope cardíaca. Era vigário paroquial do Pilar. O
jornal S. João d’El-Rey (n.10,
25/03/1899) lhe fez muitas homenagens, também encontradas em números
subseqüentes.
[12] - Segue a lista dos mesários eleitos para o
festejo do Bom Jesus de Matosinhos em 1891, prevendo os seguintes cargos: juiz
e juíza, secretário, tesoureiro, procurador e irmãos (ãs) mesários (as).
[13] - Todas essas propagandas denotam a dimensão que
atingia a festa. Os botequins, restaurantes e hotéis não eram fixos, mas
improvisados nessa época do ano, para servir aos romeiros.
[14] - São os mesmos cargos citados na Gazeta Mineira, n. 347. Só selecionei
os dois nomes expostos. O último dia estava reservado à festividade de Santana.
[15] - De novo segue-se a imensa lista com os mesmos
cargos inclusive os de Santana. Destaco: imperador (reeleito): Ernesto Rodrigo
de Assis e Silva; imperatriz: D. Maria da Graça Marcondes Lobato.
[17] - Miguel Arcanjo da Silva era o tesoureiro da
Capela de Matosinhos. Em 1903 fez a relação de todos os bens deste templo,
publicada em boa hora por José Cláudio Henriques.
[18] - Baronesa: Sra.
Maria Barbosa de Resende, casada com José Resende de Carvalho, segundo informes
pessoais do prof. Antônio Gaio Sobrinho, a quem agradeço. A baronesa faleceu a
15/12/1909 de bronco-pneumonia. Seu féretro reuniu uma enorme multidão,
noticiou na época o jornal O Combate.
[19] - O Padre João Baptista do Sacramento faleceu a
04/07/1907. A antiga Rua do Matola desde 1923 tem o nome de Rua Padre
Sacramento, em sua memória. Igualmente no Bairro Caieira há a Escola Estadual
Padre Sacramento, de 1º Grau (infelizmente sem alunos matriculados desde 2008),
nome que o homenageia, tal como no passado tivera este nome a escola de padres
salesianos que funcionou primeiro no Pavilhão de Matosinhos e depois no
Patronato, hoje 3º Campus da UFSJ “Presidente Tancredo Neves”.
[20] - O dito capitão, desde 1907, nomeia uma rua no Alto das Mercês, ladeando o
hospital pelo lado de cima. É a antiga Rua da Laje. É avô pelo lado materno do
político são-joanenseTancredo de Almeida Neves.
[21] - Richard Francis Burton cometera o mesmo
engano, ao afirmar que a capela do Senhor Bom Jesus de Matosinhos era orago do
Espírito Santo. Esses lapsos contudo são úteis, para que hoje se possa avaliar,
a extensão que teve a festa do Divino, chegando a se considerar que o Paráclito
tinha igreja própria no bairro.
[22] - Notar o tom irônico de se chamar os romeiros
de devotos, que seriam na verdade viciados em jogos, principal razão que os
atraía. O dito delegado foi destituído do cargo pelo chefe de polícia no dia 9
daquele mesmo mês e ano, informa essa fonte. O lamentável acidente referido foi
um desastre ferroviário ocorrido na “Cava”,
curva fechada e reversa “próxima à
fábrica de louça”. Tal curva fica logo após o Pontilhão da Água Limpa rumo
à estação de São João del-Rei. Um trem que vinha de Sítio (atual Antônio
Carlos) – que estava atrasado - chocou-se com um que ia para a festa do Divino,
causando ferimentos em vários passageiros, notadamente, pela gravidade, nos
srs. dr. Guilherme Milward e Custodio Assis, afetados nas pernas e pés, sendo
tratados e operados pelo dr. F. Catão
(ainda segundo a mesma fonte e sua edição seguinte). Ainda este ano houve outro
fato desagradável durante a festa, nos dá conta o mesmo jornal, nesta edição e
na seguinte: Felisbino Damaso voltando da festa para casa na madrugada do dia
09, com seus colegas, topou e se desentendeu com outro grupo de rapazes na
estrada entre o arrabalde e a cidade e um deles, o pescador “Olegário de tal” disparou contra
Felisbino. Os tiros atingiram-lhe o ante-braço e a coxa, sendo igualmente
operado pelo mesmo médico supra-referido, que retirou o projétil. A polícia
investigou o caso. Resta dizer que o dr. F. Catão morava em Matosinhos e em
1902 construiu às suas custas um pontilhão ligando a “Praça do Coronel Pedro Paulo” a Matosinhos, porque a ponte havia
sido arrastada pela enchente. Sua obra foi elogiada pois além do forte
madeirame, empregou trilhos de trem na sua sustentação (O Resistente, n. 493, 02/08/1902). Por fim uma curiosidade: na
perigosa curva ainda há uma pequena e velha cruz de ferro (a original era de
madeira) que marca segundo a tradição oral o local onde a locomotiva matou um
bêbado a muitos anos atrás.
[23] - Templo dos Carmelitas: a igreja de Nossa
Senhora do Carmo, ou do Monte Carmelo, situada no centro da cidade e
pertencendo então à mesma paróquia a que pertencia Matosinhos, cuja matriz era
no Pilar.
[25] - No final do
Matola havia um matadouro, ao qual se refere este texto. Foi transferido para
Matosinhos em 1910.
[26] - D. Carlota: Carlota Camila da Silva, filha do
coronel Carlos José da Silva e sra. Maria Angélica de Sá Menezes. Sua família
era rica e influente. Cf. HENRIQUES (2003).
[27] - Esta crônica é enorme e trata de assuntos
muito alheios à festa, aqui excluídos. Entremeado a eles há um trecho que diz: “Depois ia se ao leilão de prendas, em
frente á igreja, onde filas de bancos estavam cheias de moças; era um nunca
acabar de boas piadas de João Batistinha, o esperto leiloeiro, que sabia
geitosamente por á prova o amor proprio do arrematador endinheirado. De uma
vez, vi uma flor, que, por artes e artimanhas, tinha sido furtada do corpete de
certa moça, hoje respeitavel matrona, ser disputada por dois de seus adoradores
e alcançou um preço louco!”
[28] - Nas festas de 1913 e 14 surgiram notícias de valiosas
jóias perdidas. Era um momento aristocrático que dava ocasião aos mais
abastados de exibirem suas preciosidades, enquanto evento social muito esperado
por todos são-joanenses.
[30] - A Confeitaria Faleiro, de J. Faleiro &
Comp., anunciava nos jornais daquele tempo: “bebidas
finas e confeitos, especialidade em assucar refinado e café em pó, cerveja
Pilsem “Bavaria Rio” a 1$500”. Tinha lojas à Rua Moreira César, nº 14
(atual Av. Pres. Tancredo Neves) e Rua Tiradentes, nº 52.
[31] - O texto lista as jóias furtadas e comenta os
esforços da polícia para prender os ladrões foragidos.
[32] - A festa de Matosinhos alcançou tal prestígio,
que foi suficiente para atrair aqui a primeira dama do país e o governador do
estado. São provas cabais da dimensão que atingiu, atraindo a atenção de
políticos do cenário nacional.
[33] - Desde 1949, que João Pequeno é o nome oficial
da antiga travessa conhecida por Beco da Romeira.
[34] - A edição deste jornal do dia 28 do mesmo mês e
ano, dá notícia que tal tourada foi cancelada pela polícia, que teve de fechar
o redondel por falta de segurança.
[35] - Do Betume ao Quicumbi: literalmente, de uma
ponta a outra da cidade; ou seja, toda a zona urbana daquela época. Eram os
limites extremos da urbe - o Betume fica a oeste, nas imediações da atual
igreja de São José Operário. Ganhava esse nome por causa das areias betuminosas
da margem do córrego, naquele ponto, escuras e oleosas. O Quicumbi está a
nordeste, no atual Bairro das Fábricas. Ali existiu a Chácara do Quicumbi,
propriedade do Major Joaquim de Castro e Sousa, falecido a 05/01/1888. Ela
chegou a funcionar como sede da superintendência colonial e como lazareto da
colônia italiana, abrigando os doentes durante um surto de varíola (cf. O Resistente, n. 54, 21/05/1896). O
poder municipal a declarou de utilidade pública, para ali fazer um campo santo.
A resolução nº147, de 22/04/1899, autorizou a construção do cemitério com
portão de ferro. O orçamento foi de 7 contos de réis (S. João d’El-Rey, n. 17, 13/05/1899). Até hoje se alcunha “Cemitério
do Quicumbi” ao Municipal, cognome herdado da antiga chácara, que por sua vez,
certamente, o tirou de um córrego vizinho, em parte manilhado. O Córrego do
Quicumbi já quase não tem água e está poluído. Houve ainda nesta cidade o “Cal
Quycumbi”, de propriedade do comerciante Pedro Daldegan, que o anunciava no
jornal O Repórter (n. 133,
04/06/1914). Resta dizer que quicumbi é palavra africana usada noutras regiões
do país para designar uma dança folclórica, espécie de congado. Sua etmologia exata
me é desconhecida. Mas com certeza o sufixo “cumbi” é traduzido como o sol, ou
a luz solar.
[36] - Os exemplares do Minas-jornal de 1918, de São João del-Rei, do arquivo do IPHAN,
estão com o extremo superior da página danificados, de tal forma que o
cabeçalho não permite a leitura do número e datas tipografados da edição.
[38] - O cinema funcionava no teatro municipal. O
cancelamento das sessões se devia à falta de público nesses três dias, por
causa do esvaziamento da cidade, que como atestam as várias páginas jornalístas
expostas, acorria em peso a Matosinhos, para onde também se transferia enfim a
própria exibição do cinema, em caráter provisório, armado numa espécie de
tenda.
[40] - Na seqüência o jornal comenta a ficha policial
do bandido e a revolta que o caso gerou na população, visível nos comentários
correntes na cidade. O caso foi apurado pelo sub-delegado Dr. Augusto
Rodrigues. A vítima foi sepultada no Cemitério das Mercês, no dia seguinte ao
crime (21 de maio).
[41] - 3:957$600: três contos novecentos e cinqüenta
e sete mil e seiscentos réis, valor muito expressivo.
[42] - Vinte anos: é o período no qual o jogo se
tornou absurdamente dominante. Antes, desde a chegada da ferrovia, o jogo já
havia se instalado, porém de forma moderada. No parágrafo anterior aparece a
palavra “indígenas” em sentido figurado, indicando os naturais da cidade, os da
terra.
[43] - A edição n. 9 desse jornal, de 13 de maio, do
mesmo ano, afirma que os festejos de Matosinhos de então, receberam do poder
público municipal, a importância de 200$000, na qualidade de auxílio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário