Isabel Lago informa que a festa do Bom Jesus de Matosinhos, na cidade portuguesa de Matosinhos, tem o nome de romaria. Em sua obra me baseio para fazer o breve resumo que se segue.
Inicialmente processava-se num só dia, a terça-feira após Pentecostes (segunda oitava). No início do século XX, ocorria de domingo a terça e a partir de seus meados, passou a durar doze dias: nove antes de Pentecostes, o próprio domingo do Espírito Santo, a segunda e a terça subsequentes.
A novena é matutina, anunciada por foguetes. Na véspera do Divino, o grupo folclórico chamado zé pereira[1] marcha batucando pelas ruas. Eram há alguns anos acompanhados por grandes bonecos chamados gigantones, que se moviam por um homem que se metia embaixo daquela fantasia.
A igreja é primorosamente enfeitada.
Meia-noite é solto foguetório especial.
No Domingo de Pentecostes, finda a celebração das 9 horas, as bandas de música adentram pelo “arraial” (lugar do festejo) e se apresentam.
“Segunda-feira à tarde, após as vésperas solenes, lançava-se o fogo dos bonecos. O dia grande sempre foi a terça-feira”, diz a autora.
Há a presença de muitos romeiros e pagadores de promessa. Celebra-se uma missa solene e o sermão tem destaque.
Acontecia no passado o “namoro à carreira”, forma tradicional de flerte.
À tarde, mais fogos de artifício. Há parque de diversões e muitas barracas, vendendo comes e bebes e louças de barro.
Há pouco mais de vinte anos a romaria foi incluída nas festas da cidade, tendo a partir de então inseridas várias outras atividades, culturais e desportivas.
Dos anos noventa para cá foi incluída uma procissão do Senhor do Padrão.
A imagem primitiva desde 1967 não sai mais em procissão, devido às condições de conservação [4].
Notas e Créditos
* Texto: Ulisses Passarelli
[1] -
Os zé pereiras foram introduzidos no Brasil pelos portugueses mas aqui se
adaptaram para o carnaval, única ocasião em que se apresentam. Hoje são muito
raros. Sobrevivem dentre outros locais em Ouro Preto, Rio Novo, Mar de Espanha, Ritápolis, São João
del-Rei. A respeito ver: PASSARELLI, Ulisses. Aspectos Folclóricos do Carnaval
São-Joanense. Tradição, Subcomissão
Vertentes de Folclore, SJDR, fev. / 2000. n. 5. p. 3-5.
PASSARELLI, Ulisses. Enterro do Zé Pereira. Carranca. Belo Horizonte, Comissão Mineira de Folclore, jul. /
2001. n. 69.
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