domingo, 16 de dezembro de 2012

A festa do Sr. Bom Jesus de Matosinhos em Portugal

Isabel Lago informa que a festa do Bom Jesus de Matosinhos, na cidade portuguesa de Matosinhos, tem o nome de romaria. Em sua obra me baseio para fazer o breve resumo que se segue.

Inicialmente processava-se num só dia, a terça-feira após Pentecostes (segunda oitava). No início do século XX, ocorria de domingo a terça e a partir de seus meados, passou a durar doze dias: nove antes de Pentecostes, o próprio domingo do Espírito Santo, a segunda e a terça subsequentes.

A novena é matutina, anunciada por foguetes. Na véspera do Divino, o grupo folclórico chamado zé pereira[1] marcha batucando pelas ruas. Eram há alguns anos acompanhados por grandes bonecos chamados gigantones, que se moviam por um homem que se metia embaixo daquela fantasia. 

A igreja é primorosamente enfeitada.

Meia-noite é solto foguetório especial.

No Domingo de Pentecostes, finda a celebração das 9 horas, as bandas de música adentram pelo “arraial” (lugar do festejo) e se apresentam. 

“Segunda-feira à tarde, após as vésperas solenes, lançava-se o fogo dos bonecos. O dia grande sempre foi a terça-feira”, diz a autora.

Há a presença de muitos romeiros e pagadores de promessa. Celebra-se uma missa solene e o sermão tem destaque. 

Acontecia no passado o “namoro à carreira”, forma tradicional de flerte. 

À tarde, mais fogos de artifício. Há parque de diversões e muitas barracas, vendendo comes e bebes e louças de barro. 

Há pouco mais de vinte anos a romaria foi incluída nas festas da cidade, tendo a partir de então inseridas várias outras atividades, culturais e desportivas. 

Dos anos noventa para cá foi incluída uma procissão do Senhor do Padrão. 

A imagem primitiva desde 1967 não sai mais em procissão, devido às condições de conservação [4]. 

Notas e Créditos

* Texto: Ulisses Passarelli


[1] - Os zé pereiras foram introduzidos no Brasil pelos portugueses mas aqui se adaptaram para o carnaval, única ocasião em que se apresentam. Hoje são muito raros. Sobrevivem dentre outros locais em Ouro Preto, Rio Novo, Mar de Espanha, Ritápolis, São João del-Rei. A respeito ver: PASSARELLI, Ulisses. Aspectos Folclóricos do Carnaval São-Joanense. Tradição, Subcomissão Vertentes de Folclore, SJDR, fev. / 2000. n. 5. p. 3-5.
PASSARELLI, Ulisses.  Enterro do Zé Pereira. Carranca. Belo Horizonte, Comissão Mineira de Folclore, jul. / 2001. n. 69.
[4] - O Grande Matosinhos, n. 31, maio / 2000 e n. 32, jun. / 2000. 

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