sábado, 15 de dezembro de 2012

Apologia ao Espírito Santo

O Divino Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, representando a luz do mundo, o consolo da humanidade após a crucificação de Jesus, daí o título grego Parákletos, traduzido como consolador ou advogado. Esta consolação fora anunciada previamente pelo profeta Ageu (2,5): “O meu Espírito permanece no meio de vós...” É o advogado que nos defende das causas e coisas malignas. É o amor que une o Pai ao Filho, perfazendo o Deus Uno e Trino, ensina o catecismo.

Não se pode limitá-lo a uma religião definida, como os santos são católicos e os orixás do Candomblé. Ele é maior que todos, é superior a qualquer religião.

Ensina-nos a Bíblia que Ele é o sopro de vida, com que o Criador animou as criaturas. Com efeito, cada homem é morada e templo do Espírito de Deus, pois diz-se que fomos feitos à sua imagem e semelhança.

Maria, a Virgem Eterna, Nossa Mãe puríssima, concebeu de Deus, por obra e graça do Senhor Divino; sua luz inspirou aos profetas, a Santa Isabel com o precursor São João Batista no ventre, ao velho Simeão. O Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto, onde Satanás o tentou.

Com a condenação de Cristo, os discípulos estavam temerosos, agindo na fé, mas escondidos dos perseguidores. Quando o Divino lhes veio em Pentecostes, como línguas de fogo, passaram a pregar o Evangelho com total desassombro. Ganharam os carismas e o medo da morte sumiu.

Descendo como uma pomba alvíssima sobre o Salvador nas águas do Rio Jordão, mostrou-nos toda a força e valor do batismo, legitimando-o como São João previra.


Bandeira de Folia do Divino, Elvas (Tiradentes/MG).


Os grandes e exemplares feitos dos santos tiveram a companhia inspiradora do Paráclito.

ALDAY (1992) ensina que santificar é obra específica do Espírito Santo, a quem pertencemos de corpo e alma, já que na cruz Cristo nos comprou a preço de sangue. Somos então ao mesmo tempo criaturas e filhos de Deus, santuário do Paráclito, e, como templo, devemos buscar a santidade [1].

SANTOS (1998) afirmou [2]: 

“sem o Espírito Santo, Deus fica longe, Cristo se situa no passado, o Evangelho é letra morta, a Igreja apenas uma organização, a autoridade somente domínio, a missão só propaganda, o culto, um exorcismo, e o comportamento cristão uma moral de escravos.”

A fé carismática no Espírito Santo, em certas ocasiões foi a raiz de movimentos religiosos muito intensivos que a Igreja encarou como heréticos, tais como os libertinos da Igreja de Corinto (séc.I), os montanistas (séc.II) e os donatistas (séc.IV).

O Divino é a manifestação alegre de Deus, que age no silêncio dos corações, dando-lhes força e coragem para enfrentar as agruras da vida, elevando a fé ao auge, promovendo a emoção, aquele choro de felicidade que a sensibilidade produz ao ver sua festa. E se ela é pomposa, é porque o Divino merece, mas, pela humildade pregada, o Espírito Santo também se manifesta, na simplicidade dos corações e nas ações singelas. E nisto reside a grandiosidade de Deus.

Notas e Créditos

* Texto: Ulisses Passarelli
** Foto e recorte: Iago C.S.Passarelli, 2012.




[1]  - ALDAY, Salvador Carrillo. O Espírito Santo em nossa vida. 3.ed. São Paulo: Paulus, 1992.
[2]  - SANTOS, Benedito Beni dos, Padre. O Espírito Santo, nossa força. São Paulo: Paulus, 1998.


2 comentários:

  1. FLA´VIO SILVA MOREIRA31 de março de 2023 às 18:16

    BOA NOITE. GOSTARIA DE SABER SOBRE O LIVRO DE RENATO PACHECO, MARATAÍZES, MARATIMBAS E A FESTA DAS CANOAS.

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    1. Flávio: boa noite. Em verdade não é um livro. A obra que indaga é um artigo publicado em 1952 no boletim ou revista chamado "Folclore", que era naquela época um órgão informativo da Comissão Espírito-santense de Folclore, sediada em Vitória. Tal texto encontra-se na edição número 16. Em Marataízes há ou havia a festa religiosa-popular dedicada ao Divino, com forte participação da então comunidade de pescadores, em sua maioria gente de vida simples e forte arraigada à cultura popular vigente naquela região. Eram alcunhados os "maratimbas", termo que localmente equivale aos caiçaras do litoral sul paulista e norte paranaense, ou mesmo aos caipiras do interior. A obra é rara. Pesquisei em um exemplar físico (impresso), salvo lapso de memória (foi entre 1989-1992) no acervo de periódicos ou de obras raras da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), Campus Goiabeiras. Para maiores informações (mais imediatas) sugiro a leitura do texto lincado a seguir, a partir do penúltimo parágrafo da página 38 do arquivo digital ou 46 do original: https://drive.google.com/file/d/1TWivyWHzYQsxwhB0OLLnUB3giS4Q-rKq/view?pli=1

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