Os
estabelecimentos de ensino surgiram tardiamente no bairro. GAIO SOBRINHO
(2000), no seu estudo sobre a educação nesta cidade, noticiou:
"Antônio de Moura Freitas, segundo a Pátria
Mineira, no dia 12 de outubro de 1893, fundava um colégio em Matosinhos,
destinado ao sexo masculino, onde lecionava, pelo preço que se convencionar,
português, aritmética, história, geografia. Anexo funcionou também uma escola
noturna."
Existiu
também uma escola mista, regida pela professora Maria Carlota Rios. Tinha
avaliação para admitir alunos, cuja comissão examinadora se compôs em 1906 pelo
professor Sebastião Sette, Dr. Paulo Teixeira e Dr. Francisco de Assis Fonseca.
Foi instalada com 61 alunos [1].
Em 1906, a lei municipal 22 de dezembro autoriza o agente executivo (correspondente ao atual cargo de prefeito) "a auxiliar o professor da escola particular de Mattosinhos com a quantia de trezentos mil réis", segundo o jornal O Repórter, nº49, de 06 de janeiro daquele ano. A
lei orçamentária da câmara no mesmo ano, visando economias, dentre outros cortes,
previu redução nos auxílios previstos para Matosinhos, a apenas 300$ anuais à
escola do sexo masculino, de caráter particular [2]. O mesmo valor é confirmado
no ano seguinte, segundo a lei n.148, de 8 de setembro, pago ao professor [3].
Em
1907-8 funcionava uma escola no bairro. Fora anteriormente viabilizada pelos
esforços do deputado estadual Severiano Nunes Cardoso de Resende. GAIO SOBRINHO
(2000), estudando a educação nesta cidade, afirma que era uma escola mista com
61 alunos, e que seria decerto o Externato de Instrução Primária, do Professor
Cândido de Moraes Pires. Sobre este
educador, encontrei o seguinte anúncio [4]:
"Escola de S. José – Regida pelo
Professor particular CANDIDO DE MORAES PIRES. Recebe creanças de ambos os sexos
á 3$000 mensaes, curso diurno e nocturno. Especialidade no ensino de
Arithmetica e contabilidade. LARGO DE MATTOSINHOS, nº38 – S. JOÃO D’EL-REY,
Minas."
"Por decreto de 30 de junho foi restabelecida a cadeira mixta de
Mattosinhos, desta cidade. Esse acto do governo do Estado foi recebido com
geral applauso, pois era sensivel a falta da escola publica no arrabalde de
Mattosinhos."
O Almanak de São João d’El-Rey, de 1924,
segundo Antônio Gaio Sobrinho, aponta uma escola pública estadual existente em
Matosinhos.
O
decreto nº 8.434, de 12/05/1928, é assinado em São João del-Rei, autorizando a
reconstrução do imóvel estadual em Matosinhos, para nele se instalar a Escola
de Preservação de Menores Abandonados, segundo BARBOSA (1930). A mesma fonte,
informa ainda, que por essa época, havia no bairro duas escolas estaduais
mistas, com um professor cada, tendo uma delas quarenta e seis estudantes e a
outra oitenta e um.
Esse
mesmo historiador, noutra obra, informa no ano seguinte, novamente, sobre essas
escolas de nível primário [6].
O
crescimento acelerado do bairro exigia mais estabelecimentos educacionais e
ainda GAIO SOBRINHO (2000) aponta com base no jornal O Correio, que em 1929 já havia uma escola masculina e outra,
mista. Ainda nesse ano, a 19 de junho, foi criada a afamada Escola Padre
Sacramento que, informa...
"Instalou-se ela inicialmente na antiga chácara da
família Apolinário, em Matosinhos, utilizando também das inacabadas
dependências do Pavilhão de Matosinhos. Houve na ocasião, solene entronização
de Jesus Crucificado na sala principal, oficiada por Dom Helvécio Gomes de
Oliveira, bispo arquidiocesano de Mariana. Nessa oportunidade discursaram, além
do Presidente [na nomenclatura atual corresponde ao Governador de Estado] Dr. Antônio Carlos, o seu
secretário Bias Fortes e o professor Lara Resende, designado primeiro diretor
do estabelecimento."
Foto-montagem do autor sobre recorte do acervo digital da Biblioteca Pública Municipal Baptista Caetano de Almeida. O recorte comenta sobre a Escola Padre Sacramento em Matosinhos.
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Sobre os estabelecimentos de
ensino, assim se expressou HENRIQUES (2003):
"A primeira escola do bairro parece ter sido a Escola Pública do Sexo
Masculino, cujo diretor era o sr.Carlos dos Passos Andrade. Em seguida vieram
as Escolas Reunidas de Dona Izabel Pereira e Dona Abigail. Tudo indica que
essas escolas, bem como a que se instalou no Pavilhão de Matosinhos, não foram
adiante, já que pessoas daquela época afirmaram que o pessoal de Matosinhos
estudava no Grupo Escolar João dos Santos, localizado no Centro da cidade, e no
Aureliano Pimentel, no Bairro das Fábricas."
Em 1946 era fundada no
bairro a Escola Estadual Tomé Portes del-Rei. Foi criada pelo decreto nº 2.192,
de 22 de janeiro. Gentil Palhares e Paulo Christófaro, em 1963, afirmam que
através de Tancredo Neves, o número de alunos dessa escola foi dobrado.
Funcionou em diversos locais.
Existem hoje várias escolas
básicas particulares para crianças (jardins de infância) e uma pública, a Pré-escola Municipal Professor Elpídio Ramalho. Persistem ativas as
seguintes escolas públicas, consoante legendas das fotografias abaixo:
Escola Estadual Deputado Mateus Salomé |
Escola Estadual Governador Milton Campos |
Escola Estadual Tomé Portes del-Rei |
Escola Municipal Pio XII |
Escola Municipal Bom Pastor |
Notas e Créditos
* Texto e fotos (escolas: 12/01/2014): Ulisses Passarelli
[1] - O Repórter, n. 53, 27/01/1907; n.40,
04/11/1906.
[2] - O Repórter, n. 34, 23/09/1906.
[3] - O Repórter, n. 37, 14/10/1906.
[4] -
As informações do historiador Antônio Gaio Sobrinho foram calcadas em O Repórter, de 27/01/1907. O anúncio
foi transcrito de A Opinião, n.55,
11/01/1908.
[5] - A Opinião, n.101, 03/07/1909.
[6] -
BARBOSA, José Victor (org.). A
actualidade sanjoannense: ensaios estatisticos sobre o municipio de São
João d’El-Rey. São João del-Rei: Commercial, 1929. (Obs.: em 2008 foi
reimpresso de forma fac-similar)
[7]- SINOPSE ESTATÍSTICA DE SÃO JOÃO D’EL-REY.
São João del-Rei: Casa Assis, 1931. Edição Comemorativa do cinqüentenário da
EFOM.
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